quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Delegacia exibe reportagem para negar acesso a BO


A delegada do 4º Distrito Policial (DP) de Campinas Maria Bernadete Steter negou nesta quarta o acesso à imprensa dos dados de boletins de ocorrência. À equipe do Correio, ela afirmou que a decisão foi baseada na nova regra sobre o acesso aos registros fixada pelo governo do Estado de São Paulo no início deste mês.

Para sustentar a medida, exibiu uma reportagem, colada em uma das paredes da delegacia, com o título: “Alckmin impõe sigilo de 50 anos em registro policial”. Bernadete afirmou que seu entendimento sobre a resolução estava explicado já no título e nas primeiras linhas da notícia.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que a atitude da delegada está correta e que na Capital o impedimento dos jornalistas de conferir os registro já ocorre “há muito tempo”. Segundo o órgão, a medida é para preservar a vítima e impedir que dados como número de documento de identidade, endereço e nome das vítimas ou dos envolvidos na ocorrência (como idosos, menores de idade e envolvidos em crime sexual) sejam divulgados.

O secretário de Segurança Pública do Estado, Alexandre de Moraes, convocou uma coletiva terça-feira para tentar esclarecer os detalhes da determinação. Segundo ele, há pontos que foram interpretados de maneira diferente pela imprensa, como o tópico sobre histórico dos registros. Segundo ele, só há uma possibilidade de negação do histórico de ocorrência, que é quando for impossível a proteção de dados pessoais de vítimas e testemunhas.

Segundo Moraes, informações como assuntos prisionais, guarda e escolta de presos, armas e entorpecentes serão fornecidas como anteriormente. Também não houve alteração na divulgação do trajeto que é percorrido quando os policiais levam armas e entorpecentes para exames periciais, assim como o trajeto feito durante escolta de presos.

Sobre o controle, distribuição e utilização de efetivo existente, Moraes afirmou que partir da edição da resolução, haverá uma ampliação da informação pública. “Jornalistas costumam pedir para a secretaria informações sobre qual o efetivo de uma cidade de São Paulo, por exemplo. Essa informação continua sendo negada com base no sigilo. A partir de agora, a única informação que não será fornecida diz respeito a dados específicos, como, por exemplo, o número de policiais que irá patrulhar determinado bairro num dia específico, ou quantos serão empregados em uma operação policial específicas. Por exemplo, o dado sobre quantos policiais fazem parte do efetivo fixo na região do Morumbi será informado.” Segundo ele, agora é possível fazer uma comparação entre o policiamento em diversos locais. 

Fonte: Correio Popular


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Governo impõe sigilo a documentos da Secretaria da Segurança

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo divulgou na semana passada uma lista com 22 documentos ligados à pasta que serão mantidos sob sigilo. A informação foi publicada nas edições dos dias 4 e 5 deste mês no Diário Oficial.

A resolução determinada pelo secretário Alexandre de Moraes informa que a decisão visa classificar “documentos e informações pessoais e sigilosas no âmbito da Secretaria”.
Serão consideradas sigilosas, por exemplo, informações pessoais de boletins de ocorrência, distribuição de efetivo e procedimento policiais, controle de armas e drogas pela polícia, entre outros (veja a lista completa no site do Diário Oficial).

Em nota, a SSP informou que as informações relacionadas ao planejamento do combate à criminalidade serão preservadas pela necessidade de "garantir a segurança da sociedade".
Entre os interessados aos documentos estão veículos de comunicação, que se pautam pela liberdade de imprensa para buscar informações. Ministério Público e advogados de citados nos documentos não terão restrições para obter os dados.

A determinação da SSP também estabeleceu prazos para a manutenção dos sigilos dos documentos. O menor período será de 15 anos e o maior de 100 anos. Em outubro de 2015, o G1já havia publicado matérias a respeito da decisão do governo de São Paulo ter determinado sigilos de 15 anos para documentos da Polícia Militar (PM) e de 100 anos para àqueles relacionados à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).


A publicação da lista de documentos classificados como sigilosos ocorre quatro meses após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ter revogado uma resolução que tornava ultrassecretos por até 25 anos documentos do Metrô, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

No dia 4 de fevereiro, a SSP havia divulgado a classificação dos documentos, mas reeditou a determinação no dia 5 com uma correção, relacionada aos boletins de ocorrência.

Fonte: G1 São Paulo