terça-feira, 24 de novembro de 2015

Vigilantes fecham ruas do Centro de Ribeirão em ato por mais segurança


Seguranças fecharam as ruas do Centro de Ribeirão Preto (SP) em protesto (Foto: Reprodução/EPTV)


Cerca de 100 funcionários de empresas de transporte de valores e familiares de vigilantes vítimas de ataques a carros-fortes fizeram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (23), pelas ruas da região central de Ribeirão Preto.

Os manifestantes protestaram contra a falta de segurança e reivindicaram melhores condições de trabalho. Dois seguranças da região morreram este ano em dois assaltos em rodovias.

O trânsito de carros foi impedido na Avenida da Saudade e os vigilantes saíram em passeata pelas ruas do Centro de Ribeirão. O protesto terminou na esplanada do Theatro Pedro II, onde familiares das vítimas discursaram.
Segundo o advogado do Sindicato dos Trabalhadores em Carro-Forte e Transporte de Valores, Eduardo Augusto de Oliveira, é preciso reforçar a blindagem dos carros e melhorar o armamento dos seguranças.

“Os vigilantes de carro-forte quando saem para trabalhar não têm a menor certeza de que voltarão para as suas casas, porque contam com uma condição difícil de trabalho”, disse o representante do sindicato.

“Os carros-fortes não têm blindagem suficiente para suportar os disparos feitos por bandidos fortemente armados e se defendem com armas de menor calibre, que não têm menor impacto”.

Ainda de acordo com o advogado, é preciso que haja mudanças na legislação para garantir mais segurança aos funcionários de empresas de transporte de valores. “É preciso aprovar no Congresso que o vigilante tenha nível 7 de blindagem dos carros e fuzil”, afirmou Oliveira.

Campinas
Houve protesto também em Campinas (SP), na manhã desta segunda. As duas faixas da Rodovia Santos Dumont (SP-075), foram bloqueadas no sentido Rodovia Anhanguera (SP-330) devido à manifestação de funcionários de empresas de transporte de valores.

O protesto teve início na sede da empresa Prosegur, que foi assaltada no início do mês. O ponto final da passeata é o Largo do Pará, na região central.

Assaltos e mortes
Na região de Ribeirão Preto, dois seguranças de carros-fortes foram mortos durante ataque em rodovias. O primeiro caso ocorreu no início de agosto, na Rodovia Abrão Assed, entre Mococa (SP) e Cajuru (SP).
Uma quadrilha armanda com metralhadora ponto 50, capaz de parar até tanque de guerra, matou o vigilante Wladimir Martinez, de 49 anos, e fugiu levando um cofre com R$ 1 milhão dos R$ 4 milhões transportados.
Na fuga, a quadrilha se deparou com um comboio, que levava 41 presos ao fórum de Serra Azul (SP). Após troca de tiros com os policiais, os bandidos conseguiram fugir e libertaram os detentos às margens da rodovia.

O segundo caso ocorreu no início de novembro, na Rodovia Antônio Machado Sant'anna, em Guatapará (SP). Assaltantes explodiram um carro-forte e mataram o segurança Paulo César Silva, de 33 anos.
Fonte: G1 Ribeirão e Franca 


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sobe para 5 nº de escolas ocupadas em Campinas contra a reorganização


Faixa foi colocada por estudantes que ocuparam a escola Carlos Gomes (Foto: Cristiane Anizeti)
O número de escolas estaduais ocupadas por alunos contrários à reorganização proposta pelo governo do estado, em Campinas (SP), subiu de dois para cinco nesta segunda-feira (23). Durante a manhã, estudantes das unidades Júlio de Mesquita (Jardim das Oliveiras), Antonio Vilela Júnior (Vila Industrial) e Eliseu Narciso Reverendo (DIC III) aderiram ao protesto que já contava com a mobilização na Carlos Gomes e Francisco Glicério, ambas na região central.

De acordo com o diretor do sindicato que representa os professores da rede (Apeosp), Pedro Oliveira, os estudantes defendem que o processo de reorganização seja amplamente debatido com alunos e professores durante 2016, antes de ser implementado pelo governo do estado. As cinco escolas permanecem em recesso até que as manifestações sejam encerradas.

"Os alunos querem o cancelamento da reorganização no próximo ano. Caso ela seja feita, que ocorra após ampla discussão com a comunidade. Foi preciso quase 100 ocupações para o estado querer fazer isso rapidinho, antes não havia nada", explicou ao referir-se à proposta do secretário estadual da Educação, Herman Voorwald.

Na quinta-feira (20), o titular da pasta propôs distribuir nas escolas material sobre a reorganização, além da realização de debates e audiência pública e indicação de de integrantes da comunidade na discussão.

'Manipulação política'
Integrante do coletivo Quinze de Outubro - Educadoras e educadoras, Oliveira disse que a entidade apoia os atos, mas negou que haja motivação política nas organizações.

"Existe um caráter espontâneo, é um desrespeito grande com a juventude falar que é um movimento partidário", endossou o professor. As ocupações ocorrem em pelo menos mais 24 cidades paulistas, de acordo com a Secretaria da Educação do estado.

O diretor regional de ensino na Campinas-Oeste, Antonio Admir Schiavo, lamentou ocupações das unidades Júlio de Mesquita e Eliseu Narciso Reverendo. "É uma tragédia grega. Se eles sentassem para conversar, a gente dialogava. Há manipulação política", falou o representante.

Segundo o estado, a Júlio de Mesquita tem cerca de 650 alunos matriculados nos ensinos médio e fundamental, enquanto que a Eliseu Narciso Reverendo possui 1,3 mil nestas duas categorias.

À espera de diálogo
Sobre as ocupações das escolas Francisco Glicério e Antonio Vilela Junior, que juntas somam quase 2,6 mil matriculados nos ensinos fundamental e médio, o diretor regional de ensino na Campinas-Leste, Nivaldo Vicente, disse que as comissões não apresentaram revindicações. Além disso, aguarda retorno sobre respostas às demandas feitas na unidade Carlos Gomes.

Entre os itens apresentados por ele aos estudantes na semana passada está a promessa de levar adiante a criação de um grêmio estudantil em 2016, e garantias de que não haverá punição aos estudantes que aderiram aos protestos e eventualmente perderam provas e trabalhos.

Mudanças
A região de Campinas terá 55 escolas estaduais com ciclo único de ensino a partir de fevereiro, segundo o governo. No geral, as instituições estaduais de ensino listadas ficarão divididas de acordo com os ciclos de educação, em unidades de ensino médio, para os anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e para os anos finais (do 6º ao 9º ano).
 
Propostas
O secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, apresentou durante uma audiência de conciliação, nesta quinta-feira (19), as propostas para que os alunos desocupem as escolas. Ele disse, contudo, que não irá voltar atrás na reestruturação da rede, anunciada em setembro pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). A audiência de conciliação terminou às 17h45 sem acordo.

Ele propôs distribuir nas escolas material sobre a reorganização, além da realização de debates e audiência pública e indicação de participação de integrantes da comunidade na discussão. Além disso, apresentou um documento com cinco promessas, entre elas, a "redistribuição do material da reorganização a todas as unidades da rede estadual de educação" 48 horas após a desocupação das escolas. Ele também prevê a realização de debates com a comunidade.
Fonte: G1 Campinas e Região