segunda-feira, 9 de junho de 2014

'Motorista apagou faróis do carro', diz mãe de estudante morto em acidente

Jovem estava em carro que pegou fogo após bater contra poste em rodovia.

Colisão na Santos Dumont, em Campinas, deixou outros 4 rapazes feridos.


A mãe do estudante morto em um acidente na Rodovia Santos Dumont, em Campinas (SP), na madrugada de sábado (7), foi informada por colegas que sobreviveram à colisão que o condutor do carro apagou os faróis como uma brincadeira. "Ele veio em alta velocidade, a 200 km/h, e desligou os faróis, as luzes do carro, na rodovia, apagou tudo. Quando ele acendeu [as luzes], eles [os sobreviventes] falaram que uma van ultrapassou. Para não bater na van, eles foram para o barranco. Ele [motorista] estava fazendo brincadeira", revela Veroneide Santos, mãe de Pedro Victor Santos Silva.
O estudante de 21 anos foi o único dos cinco ocupantes do carro que morreu no acidente. Segundo a Polícia Rodoviária, o carro pegou fogo após o motorista perder o controle da direção e atingir um poste de iluminação pública na via depois que cruzou a pista e invadiu o acostamento. O rapaz morreu no local, preso às ferragens. Os outros quatro ficaram feridos e foram socorridos ao pronto-socorro do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Eles passam bem.
O pai do jovem que morreu, Francisco Mateus da Silva, informou à equipe da EPTV, afiliada da TV Globo, que a vítima voltava de uma festa em Campinas com os amigos no momento do acidente. Segundo o pai, ele postou fotos nas redes sociais da boate onde estava antes do acidente ocorrer. A família foi avisada por um amigo do estudante, que estava em uma moto e viu a colisão. De acordo com a mãe de Pedro Victor Silva, o motorista também havia ingerido bebida alcoólica antes de dirigir. O estudante foi enterrado no domingo (8).
Uma equipe de peritos do Instituto de Criminalística (IC) esteve no local para auxiliar na investigação das causas do acidente. O caso foi registrado na 2º Delegacia Seccional de Campinas. A Polícia Civil apura o caso.
Carro pega fogo após acidente, mata um e deixa 4 feridos (Foto: Vaner Santos/ EPTV)
Carro pega fogo após acidente na Rodovia Santos Dumont e mata estudante (Foto: Vaner Santos/ EPTV)
Fonte: G1 Campinas e Região







domingo, 8 de junho de 2014

A duas semanas do inverno, crianças lotam hospitais da rede em Campinas

Espera por consulta em PS infantil do Celso Pierro pode chegar a 8 horas.

Mário Gatti registrou aumento de 70% na demanda nos últimos 15 dias.

Espera por atendimento no PS Infantil do Hospital Mário Gatti, em Campinas (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)

Espera por atendimento no PS Infantil do Hospital Mário Gatti (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)

Os principais hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde, em Campinas (SP), já registram lotação de crianças em prontos-socorros e nas unidades de terapia intensiva a duas semanas do começo do inverno, período em que há maior incidência de doenças respiratórias.  No Hospital Mário Gatti, o volume de casos aumentou 70% nos últimos 15 dias e o tempo de espera por atendimento tem sido, em média, de quatro horas. No Celso Pierro, a demora pode chegar a oito horas e, no Ouro Verde, como não há uma ala específica para crianças, a previsão é de que o tempo passe de quatro para seis horas quando houver elevação do movimento.
A maior parte da demanda dessas três unidades está relacionada ao Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, no Parque Itália, onde foram feitos 14,4 mil atendimentos no PS infantil nos meses de abril e maio. O presidente da unidade médica, Marcos Eurípedes Pimenta, afirma que o aumento de 70% ocorreu por causa de doenças comuns na época mais fria do ano, e que o hospital possui um plano definido caso exista necessidade de ampliar internações das crianças no local.
O presidente do Hospital Mário Gatti, Marcos Eurípedes Pimenta (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)O presidente do Hospital Mário Gatti, Marcos
Eurípedes Pimenta (Foto: Fernando Pacífico / G1)
"Nós temos uma capacidade assistencial e, quando a demanda ultrapassa, infelizmente há um retardo no tempo para atendimento. Vale ressaltar, no entanto, que nós temos um procedimento para a classificação de risco. Dependendo da gravidade, há priorização", explicou o médico que assumiu o cargo em janeiro. Segundo ele, até 20 adultos internados poderão ser transferidos para outros hospitais da cidade, caso seja preciso oferecer mais leitos ao público infantil.

Segundo a assessoria da unidade médica, os 18 leitos do PSI foram ocupados neste período de aumento de demanda. O hospital informou ainda que, durante a semana passada, pelo menos oito dos dez leitos de UTI foram usados para os atendimentos mais graves, incluindo os casos de pneumonia e bronquiolite.

'Estressante'
À espera de auxílio médico no PSI infantil do Mário Gatti, as famílias relatam histórias parecidas. A dona de casa Patrícia de Oliveira Cabral precisou esperar três horas por atendimento com o filho Vinícius, de nove meses, que estava com tosse e febre. "Eu moro no Vida Nova e não gosto do atendimento na região. Além de esperar, temos de pegar ônibus. É difícil, estressante", critica.
O tom de reclamação é mantido pela auxiliar de serviços gerais Eliana Ferreira de Oliveira, que mora na região do Jardim Novo Campos Elíseos e acompanhou o filho Mateus, de 15 anos. "Fui encaminhada pelo centro de saúde, porque precisava de um raio-X. Não é fácil vir até aqui, muito cansativo", avaliou. O pedreiro Antonio Silva resumiu as críticas quando já deixava a unidade médica com o filho Miguel. "Os médicos são bons, mas demora demais."

 Riscos e apoio dos centros de saúde
A ausência de salas exclusivas para receber casos emergenciais das crianças, além de espaço adequado para o período de espera, estão entre as principais reclamações feitas por médicos que atuam no Hospital Municipal Ouro Verde. Nos meses de abril e maio, a unidade recebeu uma média de 130 casos por dia, e a expectativa é de que a demanda seja de até 180 no inverno.
Pacientes aguardam atendimento no Hospital Ouro Verde, em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)Pacientes aguardam atendimento no Hospital Ouro
Verde, em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)
"Faz falta uma ala infantil, as crianças podem ser expostas a doenças virais respiratórias que são comuns em adultos. O problema é que elas têm uma tendência onde qualquer gripe pode se tornar algo mais complicado que afete pulmões e provoque falta de ar", explicou o coordenador do PS pediátrico, Danilo Caparica Carlos. Segundo ele, é importante que as famílias tenham atenção com cuidados preventivos e, quando houver somente sintomas de gripe, a orientação é para que os moradores busquem o primeiro atendimento no centro de saúde mais próximo da residência.
"Os pais de crianças com menos de seis meses devem evitar ao máximo as aglomerações em igrejas, shoppings e ônibus. A família também deve ter cuidados com a limpeza e higiene. Geralmente, 80% dos atendimentos não são graves e o centro de saúde pode avaliar e encaminhamento correto aos pacientes", explicou o médico. Campinas tem 63 centros de saúde.
O PS Ouro Verde deve começar a ser reformado em 2015, segundo previsão da Secretaria Municipal de Saúde. O município recebeu, em novembro de 2011, 72% do repasse de R$ 3,7 milhões previsto em um convênio firmado com o governo federal. O município alega, no entanto, que o projeto inicial das obras, onde está incluída a criação de uma ala infantil, teve de ser modificado porque continha "inconformidades com as normas da vigilância sanitária".
Hospital Celso Pierro - PUC (Foto: Maurício Barbosa / G1 Campinas)Espera por atendimento no PS do Celso Pierro
chega a oito horas  (Foto: Maurício Barbosa / G1)
Aumento de até 50%
Localizado perto da região do Campo Grande, uma das mais populosas do município, o PS infantil do Celso Pierro registrou ocupação máxima dos seis leitos disponíveis durante a semana passada. Segundo a assessoria de imprensa do hospital e maternidade mantidos pela PUC-Campinas, em alguns dias a espera por consulta chega a oito horas e a expectativa é de que a demanda aumente entre 20% e 50% durante a próxima estação. A área infantil do PS registra, em média, 80 atendimentos por dia.

Além disso, informou o Celso Pierro, até a publicação desta reportagem estavam ocupados quatro dos cinco leitos da UTI pediátrica, além dos 18 quartos que integram a unidade de terapia intensiva neonatal - área onde ficam recém-nascidos que correm risco.

Conscientização
A diretora da Saúde de Campinas, Mônica Macedo Nunes, alegou que a Prefeitura intensificou as ações preventivas contra doenças, incluindo campanhas de orientação em creches e centros de saúde. De acordo com ela, a pasta trabalha para que os serviços prestados ao público sejam melhorados. "O ideal é que primeiramente as famílias busquem as unidades básicas de saúde antes do hospital, exceto urgência e emergência, mas a gente tem que respeitar as famílias, elas procuram o local onde acham que serão bem atendidas", frisou.

Em relação à gripe H1N1, Mônica alegou que por enquanto não há preocupação com a doença, ao mencionar que a campanha de vacinação atingiu 72% da meta e também houve ampliação faixa etária para crianças - de seis meses a 5 anos, enquanto em 2013 ocorria para até 2 anos.
"A gente está precavido, a dose previne contra o H1N1", explicou a diretora. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, estudos demonstram que a dose pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações.
Fonte: G1 Campinas e Região