sexta-feira, 18 de junho de 2010

Área de proteção ambiental é invadida

Gilson Rei

Um grupo de 50 famílias de agricultores sem terra da Federação da Agricultura Familiar - entidade ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) - ocupou durante a madrugada desta segunda-feira (14/06), na estrada Carlos Gomes, em Campinas, uma Área de Preservação Ambiental (APA) que pertence à União.

A área fica ao lado do Hotel Solar das Andorinhas e da estação Desembargador Artur Furtado, um dos locais de passagem do trem turístico Maria-fumaça que liga Campinas a Jaguariúna.

A estação fica entre as estações Carlos Gomes e Tanquinho e foi construída em 1926. O prédio integra o conjunto de edificações tombadas ao longo do leito da antiga Companhia Mogiana pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), em 2007.

As barracas foram montadas ao lado dos trilhos. A previsão é de que outras 50 famílias venham compor a ocupação entre está terça-feira (15/06) e quarta (16). Os invasores estavam de forma provisória em Americana, onde há um assentamento para a reforma agrária já em andamento.

Antonio Muniz de Oliveira, um dos ocupantes da área em Campinas disse que as 100 famílias desta ocupação não são integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e que saíram de Americana porque havia um acordo de permanência até hoje (14) no assentamento daquela cidade.

'O pessoal do assentamento de Americana cedeu em dezembro do ano passado uma área para estas 100 famílias de forma provisória e, agora, vão ter que usar para um plantio', afirmou.

Oliveira explicou que as 100 famílias deverão ficar instaladas nesta área de Campinas até que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) interceda porque o local pertencente ao Governo Federal e é improdutivo.

'Todas as famílias estão cadastradas desde março no Incra e aguardam apenas a indicação de uma outra área, a ser feita pelo órgão federal', explicou. 'Quando indicarem uma área no Estado de São Paulo, a gente sai daqui', afirmou.

Paulo Sérgio Garcia de Oliveira, secretário municipal Meio Ambiente de Campinas, não foi localizado. Por se tratar de uma APA, a Prefeitura de Campinas poderá solicitar a retirada das famílias do local, mas até a tarde de hoje (14) nenhuma medida neste sentido foi oficializada. A Polícia Militar e a Guarda Municipal estiveram no local e informaram que vão agir apenas quando existir um mandado de reintegração de posse.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Funcionários da Unicamp protestam nesta quarta

Manifestação é em defesa da isonomia salarial e contra repressão aos trabalhadores, em greve há 33 dias

16 de junho de 2010 9h 28

Solange Spigliatti, do estadão.com.br

SÃO PAULO - Estudantes, professores e funcionários da Universidade de Campinas (Unicamp), em greve há 33 dias, farão um protesto no fim da manhã desta quarta-feira, 16, em frente à reitoria da universidade, no interior de São Paulo.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, após o ato unificado do Fórum das Seis, marcado para as 12 horas de hoje, será feita uma vigília no Pátio da Reitoria.

A manifestação, em defesa da isonomia e contra qualquer tipo de repressão aos trabalhadores, como descontos nos salários, foi decidida na segunda-feira, 14, durante reunião do Fórum dos Seis.

Segundo o Sindicato, o ato vai também cobrar dos reitores o restabelecimento das negociações, encerrada há 20 dias.

Servidores de três universidades estaduais paulistas - Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) - estão em greve desde o início de maio e pedem reajuste de 6% para manter isonomia salarial com os professores.

Estudantes reclamam de bloqueio do portão principal da USP

Fernanda Nogueira

Funcionários que estão em greve fecharam o portão principal do campus da Universidade de São Paulo, no Butantã, na capital, na manhã desta quinta-feira (17). Estudantes e trabalhadores estão proibidos de usar essa entrada e são obrigados a caminhar para outros acessos. Houve discussões entre pessoas que tentavam passar pelo bloqueio e os grevistas.

Um estudante tentou passar pelo bloqueio do portão principal e foi empurrado pelos manifestantes. Trabalhadores em greve e estudantes que apóiam a categoria acabaram discutindo com o rapaz e impedindo sua passagem. "Fiz questão de tentar entrar porque estudo e trabalho dentro da unidade e acho um absurdo que a entrada fique bloqueada", disse ele, que pediu para não ser identificado.

Uma estudante de medicina estava desesperada porque tinha que apresentar um trabalho. "O que eu tenho a ver com essa greve? Não sei nem o que eles estão pedindo", questionava Julia Rodrigues, de 18 anos. Ela estava acompanhada de suas colegas, que também faziam questão de entrar para assistir à aula.

Caio Poletti, de 24 anos, que está no último ano de educação física, também tentou passar pelo portão principal. "Essa é uma minoria da universidade. Estão prejudicando muita gente. Preciso fazer uma coleta no laboratório e não vai dar tempo", disse ele, que teria que caminhar até outro portão para entrar na universidade.

Os funcionários reivindicam um aumento salarial de 6%, como concedido aos professores em fevereiro, além dos 6,57% concedidos a todos os servidores das universidades. Os trabalhadores da USP estão em greve desde 5 de maio. Unicamp e Unesp aderiram ao movimento em 12 de maio.

Os grevistas dizem que bloquearam o portão principal da unidade em protesto contra o corte de salário de funcionários de São Paulo e de Ribeirão Preto (SP). De acordo com os organizadores da manifestação desta quinta, 1.600 trabalhadores não receberam pagamento referente aos dias parados.

A assessoria de imprensa da USP informou que a maioria das atividades dentro da unidade estão ocorrendo normalmente, apesar do protesto. Mesmo assim, estudantes que forem prejudicados e não conseguirem fazer provas ou entregar trabalhos poderão negociar diretamente com professores e com as unidades de ensino. A assessoria não fez comentários sobre o bloqueio.

Um policial militar disse ao G1 que os portões 2 e 3 do campus permanecem abertos para pedestres e veículos. Quem está a pé também pode utilizar o portão da Fepasa.

Policiais são presos por suspeita de envolvimento com traficantes

EPTV

Oito policiais, quatro militares e quatro civis, foram presos na tarde desta quarta-feira (16) pela Corregedoria da Polícia Civil de Campinas por suspeita de envolvimento com traficantes. Segundo o delegado Roveraldo Battaglini, as investigações começaram após a denúncia do estudante de Direito David Martins. Ele chefiava uma quadrilha que comercializava drogas para diversos bairros da cidade e foi preso em abril deste ano em uma operação da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), na maior apreensão de entorpecentes no Estado de São Paulo em 2010.

De acordo com a Corregedoria, os policiais monitoravam os pontos de venda acobertando a ação dos traficantes. Gravações em vídeo feitas pelo estudante comprovam que os suspeitos recebiam entre R$ 3 mil a R$ 5 mil mensalmente pelo serviço. O esquema acontecia há pelo menos quatro meses.

Um dos policiais militares foi flagrado estocando maconha no 47º Batalhão, onde os demais colegas também atuavam. Os policiais civis, por sua vez, trabalhavam no 4º e no 9ª distritos de Campinas. Encaminhados ao presídio Romão Gomes, em São Paulo, eles serão indiciados por corrupção ativa e associação ao tráfico de drogas.

Entenda o caso

David Martins mantinha um laboratório de refino no Parque Oziel. Outras três pessoas, entre elas uma mulher, trabalhavam com o estudante. O grupo se reunia em uma chácara no bairro Três Marias para armazenar parte do material em um porão. Com a quadrilha, foram encontrados 312 mil flaconetes de cocaína vazios e outros 11,7 mil prontos para a comercialização.

No local, a operação da Dise também apreendeu um arsenal que incluía armas de uso restrito do Exército, além de munição. A prisão aconteceu no dia 30 de abril.

Após 29 dias, servidores públicos encerram greve

Os servidores públicos da Prefeitura de Indaiatuba retornam ao trabalho hoje após 29 dias de paralisação. A decisão foi tomada na tarde de ontem após uma reunião entre a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e o prefeito Reinaldo Nogueira (PDT). Ficou acertado o pagamento de um abono salarial com o valor mínimo de R$ 50,00, que passa a valer a partir do mês de julho.

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, o valor será pago até que o projeto de reestruturação de cargos e salários seja concluído e entre em vigor. O valor exato do abono irá depender de um estudo do impacto financeiro no Orçamento municipal, que será realizado pela Secretaria da Fazenda. Os servidores pediam reajuste salarial de 30%.

Outro ponto acertado foi o aumento do valor do cartão-alimentação, que será reajustado para R$ 100,00. Os dias de paralisação não serão descontados do salário dos servidores, mas deverão ser repostos. Segundo informou a Prefeitura, a reestruturação de cargos e salários entra em vigor a partir de outubro e terá o piso salarial estabelecido em R$ 730,00, com data-base em fevereiro.

Manifestação
Mais cedo, 1,5 mil servidores públicos tomaram os jardins externos do Paço Municipal e, de forma pacífica, protestaram contra a indisposição da Prefeitura em negociar o fim da greve da categoria, iniciada há um mês. Na véspera, os mesmos manifestantes ocuparam a Câmara Municipal, exigindo o engajamento de vereadores no movimento, que mobilizou 35% dos funcionários públicos.

A greve não paralisou integralmente nenhum serviço essencial. Para compensar a falta de guardas municipais, educadores em creches e equipes de apoio em postos de saúde, o governo municipal convocou novos servidores

Após 29 dias, servidores públicos encerram greve

Os servidores públicos da Prefeitura de Indaiatuba retornam ao trabalho hoje após 29 dias de paralisação. A decisão foi tomada na tarde de ontem após uma reunião entre a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e o prefeito Reinaldo Nogueira (PDT). Ficou acertado o pagamento de um abono salarial com o valor mínimo de R$ 50,00, que passa a valer a partir do mês de julho.

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, o valor será pago até que o projeto de reestruturação de cargos e salários seja concluído e entre em vigor. O valor exato do abono irá depender de um estudo do impacto financeiro no Orçamento municipal, que será realizado pela Secretaria da Fazenda. Os servidores pediam reajuste salarial de 30%.

Outro ponto acertado foi o aumento do valor do cartão-alimentação, que será reajustado para R$ 100,00. Os dias de paralisação não serão descontados do salário dos servidores, mas deverão ser repostos. Segundo informou a Prefeitura, a reestruturação de cargos e salários entra em vigor a partir de outubro e terá o piso salarial estabelecido em R$ 730,00, com data-base em fevereiro.

Manifestação
Mais cedo, 1,5 mil servidores públicos tomaram os jardins externos do Paço Municipal e, de forma pacífica, protestaram contra a indisposição da Prefeitura em negociar o fim da greve da categoria, iniciada há um mês. Na véspera, os mesmos manifestantes ocuparam a Câmara Municipal, exigindo o engajamento de vereadores no movimento, que mobilizou 35% dos funcionários públicos.

A greve não paralisou integralmente nenhum serviço essencial. Para compensar a falta de guardas municipais, educadores em creches e equipes de apoio em postos de saúde, o governo municipal convocou novos servidores

Servidores do TJ de São Paulo decidem manter greve e fazem passeata

SÃO PAULO - Os servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo, decidiram, em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, manter a greve iniciada em 28 de abril. Por causa do grande número de pessoas na assembleia realizada na praça em frente ao principal fórum da capital paulista, o Fórum João Mendes, no Centro, o TJ-SP decidiu fechar o prédio duas horas mais cedo, às 17h, temendo problemas como o ocorrido na semana passada, quando o edifício ficou 45 horas ocupado por grevistas. Nesta quarta-feira, os prazos dos 400 mil processos que tramitam no fórum voltaram a correr, depois de ficarem quatro dias suspensos para não prejudicar a população.

Segundo o presidente da Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo (ASSETJ), José Gozze, cerca de 3 mil pessoas estiveram reunidas na praça. Já a Polícia Militar informou que o número era menor, de cerca de 200 pessoas.

Os servidores alegaram que só conseguiram realizar a assembleia com caixas de som na Praça João Mendes depois de obter um mandado de segurança. Há pouco, eles se juntaram a servidores da Justiça Federal em greve e fazem uma passeata até outro prédio onde funcionam unidades do TJ, o Pátio do Colégio, também no Centro de São Paulo. Os funcionários do Tribunal pedem reajuste salarial de 20% e querem que o TJ volte atrás quanto ao corte do ponto dos grevistas. Não houve nenhuma proposta de aumento.

Servidores municipais aprovam estado de greve

Inaê Miranda

A paralisação dos servidores municipais de Campinas nesta quarta-feira (16/06) afetou o atendimento à população, principalmente nos setores da Saúde e da Educação. A paralisação foi parcial, mas muitas escolas ficaram fechadas e alguns centros de saúde atendiam apenas os serviços de urgência com a capacidade mínima exigida, que é de 30%. Entre as 7h e as 17h de quarta-feira (16), os servidores ficaram acampados em frente ao Paço Municipal aguardando serem recebidos pela Prefeitura. Como isso não aconteceu, em assembleia, os manifestantes decidiram decretar estado de greve e retomarão as atividades. Outra assembleia deve ser realizada na próxima sexta-feira para definir os rumos da paralisação.

Quem procurou o Centro de Saúde (CS) São José, na região Sul da cidade, encontrou dificuldades no atendimento. Cerca de 70% dos funcionários, entre técnicos de enfermagem, agentes de limpeza, agentes de saúde e médicos, aderiram à paralisação, segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Campinas. As consultas agendadas pelos pacientes e as coletas de exames ficaram suspensas.

De acordo com o médico Antônio Ângelo, coordenador do CS São José, apenas os serviços de urgência, como inalações, vacina e atendimento à gestante, estavam sendo prestados. “Estamos garantindo os 30% de atendimento”, afirmou. A dona de casa Cristina dos Santos Prado, de 26 anos, e a filha Vitória dos Santos Prado, de 6 anos, voltaram para casa decepcionadas. “Fui à escola pegar minha filha só para trazê-la à consulta com a pediatra, mas me falaram que estão paralisados e não vão atender. Aguardei quase um mês pela consulta em vão”, disse Cristina.