quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Na cidade em ruínas, violência e desespero

COM AS casas destruídas, moradores se amontoam para dormir no meio da rua. Acima, uma mulher desespera-se junto aos escombros de prédios destruídos pelo terremoto na capital haitiana
PORTO PRÍNCIPE. Um manto de fumaça cinza cobria parte de Porto Príncipe. Em meio à poeira e aos escombros, pessoas ainda cobertas de sangue berravam em desespero pelas ruas pedindo socorro. Outras vagavam com olhares perdidos, sem saber o que fazer e para onde ir depois de perderem parentes, a casa e os vizinhos. Praticamente não há hospitais intactos após o terremoto. O prédio da ONU e de muitos dos centros de ajuda humanitária - instalados no país após uma série de catástrofes já ocorridas no passado - também caíram ou estão comprometidos. Num cenário de devastação, muitos dos próprios socorristas também estão precisando de socorro.
- Visitei cinco centros médicos e a maioria não estava funcionando. Muitos estão danificados, e vi um enorme número de corpos. As pessoas estão reunidas do lado de fora, acendendo fogo nas ruas e tentando ajudar uns aos outros - contou pela internet Stefano Zannini, do Médicos Sem Fronteiras.
Nas praças públicas, milhares de pessoas cantavam hinos religiosos em busca de algum tipo de conforto. Enquanto isso, alguns familiares levantavam lençóis cobrindo pilhas de corpos em busca de parentes mortos.
- A cidade está destruída. A cena é de guerra, de bombardeio - relatou ao GLOBO por e-mail o brasileiro Flávio Saudade, capoeirista a serviço do Viva Rio, que estava em casa na hora do terremoto e viu casas da vizinhança irem abaixo. - Pelas ruas, há muita gente, correria, disparos. As pessoas estão disputando comida. Ainda há corpos pela rua, sob os destroços. Os mercados estão fechados. Não há como comprar comida.
No rastro da tragédia, autoridades enfrentaram ainda tumultos e violência nas ruas, e representantes do Viva Rio relatavam tiroteios. Segundo o assistente do secretário-geral das operações de paz na ONU, o americano Edmond Mulet, a Penitenciária Nacional também ruiu, e os detentos escaparam, o que aumentou o clima de insegurança e saques.
- Escutamos tiros aqui perto e soubemos que é a policia tentando impedir o saque completo do mercadinho onde fazíamos nossas compras e que desabou - contou a fotógrafa brasileira Cris Bierrenbach, parte de um grupo da Unicamp, via Facebook.
Ao GLOBO, o coordenador do Viva Rio no Haiti, Valmir Fachini, ressaltou o medo de balas perdidas.
- Nossa principal dificuldade neste momento é não poder ir da casa onde estamos, num lado da cidade, para o outro, porque estamos escutando muitos tiros e sair à rua seria extremamente perigoso - afirmou.
A embaixada brasileira também ficou comprometida. Funcionários estavam trabalhando quando o chão começou a tremer e o prédio a rachar. Ninguém ficou ferido, mas o prédio foi lacrado.
- Foi como se uma onda passasse pelos nossos pés, e tudo começou a tremer. Corremos para o meio da rua e durante mais ou menos um minuto, entre gritos e coisas caindo, ficamos perto uns dos outros. As pessoas começaram a levantar os braços gritando "Jesus" e "Bom Deus", um posto de gasolina explodiu na quadra ao lado e feridos apareciam aos montes, dentro e fora dos escombros - relatou Rodrigo Bulamah, estudante de antropologia da Unicamp, que fazia pesquisa de campo no Haiti.
A tragédia afetou ricos e pobres. Em Pétionville, distrito onde vivem muitos diplomatas e famílias abastadas, também havia casas e um hospital destruídos. Um centro do Médicos Sem Fronteiras também foi interditado e, com milhares de vítimas chegando, pacientes eram atendidos em tendas improvisadas. Mas muitos continuavam simplesmente esperando no chão, mesmo com membros esmagados.
Com o sistema de telefonia em colapso, a internet foi um a única forma de comunicação no Haiti. O rádio, principal meio de comunicação do país caribenho com altos índices de analfabetismo, saiu do ar e boa parte das informações da área da catástrofe era enviada, via internet, por estrangeiros em serviço na capital. Dezenas de comunidades em solidariedade ao Haiti surgiram nas redes de relacionamento. No Facebook, o grupo "O Haiti precisa de nós" já tinha mais de dez mil membros poucas horas após sua criação.

Terremoto no Haiti - Complemento

CCOMSEX

Atualizando as informações transmitidas no dia 13 de janeiro, a propósito da tragédia ocorrida no Haiti, o Comando do Exército informa que o número de vítimas entre os militares brasileiros é o seguinte:

Foram confirmados os óbitos de 13 (treze) militares do BRABATT:
- 1º Tenente BRUNO RIBEIRO MÁRIO;
- 2º Sargento DAVI RAMOS DE LIMA;
- 2º Sargento LEONARDO DE CASTRO CARVALHO;
- 3º Sargento RODRIGO DE SOUZA LIMA;
- Cabo DOUGLAS PEDROTTI NECKEL;
- Cabo WASHINGTON LUIS DE SOUZA SERAPHIN
- Soldado TIAGO ANAYA DETIMERMANI;
- Soldado ANTONIO JOSÉ ANACLETO;
- Soldado FELIPE GONÇALVES JULIO; e
- Soldado RODRIGO AUGUSTO DA SILVA, todos do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena-SP.
- Cabo ARÍ DIRCEU FERNANDES JÚNIOR e
- Soldado KLEBER DA SILVA SANTOS; ambos do 2º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em São Vicente-SP.
- - Subtenente RANIEL BATISTA DE CAMARGOS, do 37º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lins-SP.

Um militar da MINUSTAH:
- Coronel EMILIO CARLOS TORRES DOS SANTOS, do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília-DF.

Além disso, encontram-se desaparecidos 04 (quatro) militares que estavam no Quartel da MINUSTAH (Hotel CRISTOPHER);
- Cel JOÃO ELISEU SOUZA ZANIN, do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília-DF;
- Ten Cel MARCUS VINICIUS MACEDO CYSNEIROS, do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília-DF;
- Maj FRANCISCO ADOLFO VIANNA MARTINS FILHO, do Departamento-Geral do Pessoal, sediado em Brasília-DF; e
- Maj MÁRCIO GUIMARÃES MARTINS, do Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, sediada no Rio de Janeiro-RJ.

Há 12 (doze) feridos que serão repatriados para o Brasil e 02 (dois) outros militares foram evacuados para a República Dominicana.

Presidente sela a paz no governo

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu quarta-feira dar um passo importante para colocar um ponto final na divisão dentro do governo sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos. Após reunião com os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), o presidente decidiu editar novo decreto para solucionar a polêmica. Pelo acordo, a criação da Comissão da Verdade, ponto principal da discórida, será mantida, mas terá entre suas atribuições investigar ações de “violação dos direitos humanos” praticadas durante a ditadura militar, e não mais de “repressão política”, como constava antes no texto do decreto que criava o programa. A mudança agradou Jobim, que declarou a polêmica encerrada ao sair da reunião com os colegas de governo.
O texto preservou o artigo que determina à Comissão da Verdade “identificar e tornar públicas as estruturas utilizadas para a prática de violações de Direitos Humanos, suas ramificações nos diversos aparelhos do Estado e em outras instâncias da sociedade”. As Forças Armadas haviam reagido contra esse trecho do decreto, mas Lula não recuou. Em contrapartida, o presidente acatou a principal reivindicação dos militares para que a Comissão da Verdade, que vai investigar crimes cometidos no período da ditadura (1964-1985), restrinja as apurações às “violações de direitos humanos” praticadas no período.
Outro ponto que irritou os militares ficou presente no programa, já que o novo decreto estabelece mudanças somente nos temas referentes à Comissão da Verdade. Lula não retirou do texto o item que cria uma legislação nacional proibindo que ruas, praças, monumentos e estádios tenham nomes de pessoas que praticaram crimes na ditadura.
Lula assinou quarta-feira o novo decreto. O presidente encontrou uma solução de meio-termo, que agradou aos militares, mas também não se transformou num recuo total. Jobim disse quarta-feira que se sentiu plenamente atendido com as mudanças, mas Vannuchi não se manifestou publicamente sobre as mudanças.
O decreto cria um grupo de trabalho para elaborar, até abril deste ano, um anteprojeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade. O grupo vai ser integrado por representantes da Casa Civil e Ministérios da Justiça, Defesa, Secretaria de Direitos Humanos e um representante da sociedade civil.
A comissão terá como tarefas apurar violações dos direitos humanos, assim como promover a “reconstrução da história” nos casos de desrespeito aos direitos humanos. Também está prevista a “promoção dos meios e recursos necessários para a localização e identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos”.
Pelo decreto, a comissão ainda terá que divulgar os seus procedimentos de investigação para garantir o “esclarecimento circunstanciado de torturas, mortes e desaparecimentos”. Outro ponto sugere que a comissão apresente recomendações para promover a efetiva reconciliação nacional e prevenir no sentido da não repetição de violações de direitos humanos. Depois que o grupo de trabalho elaborar o anteprojeto, o governo terá que enviá-lo para o Congresso, que precisa aprovar o texto para que a comissão seja efetivamente criada.

Solução tenta minimizar derrota política

Gerson Camarotti

BRASÍLIA. Para evitar um desgaste político ainda maior, o governo optou pela solução de editar um novo decreto estabelecendo as regras para o projeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade. A solução foi sugerida na noite de terça-feira pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e logo aceita pelo ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos.
A solução resolveu o impasse entre os militares porque, nesta questão específica, o novo decreto acabou esvaziando o anterior. Em relação aos demais pontos polêmicos do programa Nacional de Direitos Humanos, que provocaram protestos da Igreja Católica, da mídia e do setor agrário, o governo decidiu não mexer no texto, pelo menos neste momento.

Igreja receberá garantias de que governo não defenderá programa
A estratégia definida pelo Palácio do Planalto é de não mexer em mais nada agora, para não evidenciar derrota política diante das pressões dos militares de vários grupos. Mas integrantes do governo avaliam que é possível fazer novas mudanças, como na proposta de apoiar um projeto de lei que legaliza o aborto. As mudanças, no entanto, ocorrerão em outro momento, quando o governo considerar mais adequado. A primeira tentativa é de encerrar a polêmica em torno do projeto, depois de atender aos militares.
A ideia do governo é tentar passar a impressão de que o programa é uma espécie de carta de intenções. O Planalto vai tentar dar garantias para setores como a Igreja de que não haverá qualquer ação concreta do governo em defesa de projetos de lei que estabeleçam o aborto e a união civil de homossexuais, como está previsto no programa.
- Sobre os demais temas, o governo não vai fazer nada agora. Fará no seu tempo, se quiser - explicou um auxiliar do presidente Lula.
A grande preocupação na solução apresentada ontem para a crise é evitar um recuo político do governo. Setores do Planalto chegaram a pressionar por alteração no texto do programa, para esvaziar as propostas polêmicas. Chegou a ser apresentada uma proposta de reeditar o decreto. No novo texto, o decreto diria apenas que o presidente da República divulgava a conclusão da Conferência de Direitos Humanos. Mas essa solução teve forte rejeição de setores petistas dentro do governo e foi descartada.
Ontem, integrantes do governo tentaram passar a imagem de que, com a solução encontrada para os militares, a crise estava encerrada. Na conversa que teve pela manhã com Vannuchi e Jobim, Lula chegou a afirmar que a nova solução expressava o que tinha sido acertado anteriormente. Era uma referência ao fato de, no texto final do programa, ter sido mantida a expressão "repressão política", que causou forte reação dos setores militares. Lula também determinou que a Casa Civil fizesse um pente-fino no texto, para evitar novo erro de redação.
Ao final, a proposta apresentada por Jobim foi discretamente comemorada no Ministério da Defesa. Isso porque a proposta original, que foi descumprida por Vannuchi, era de substituir a expressão "repressão política" por "conflito político". No jargão das Forças Armadas, a mudança de expressão significa que a Comissão da Verdade investigaria não apenas os militares, mas também os militantes da esquerda armada durante a ditadura. Com exclusão do termo e a manutenção apenas da expressão "violação de direitos humanos", o texto ficou genérico e agradou aos militares.

Vannuchi se diz satisfeito e vai ficar no governo
O ministro da Secretaria dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, também teria ficado satisfeito com a saída encontrada. Vannuchi saiu do encontro com o presidente e reuniu-se com sua equipe de trabalho. Comunicou a criação do grupo de trabalho para elaborar o projeto da comissão e tranquilizou seus auxiliares, que estavam apreensivos quanto à sua possível saída do governo. No final da tarde, ele retomou suas férias e só retornará ao trabalho na semana que vem.
COLABOROU: Evandro Éboli

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

PM prende em Limeira seguidor de "Marcola" e 4º na hierarquia do PCC

Considerado a quarta pessoa mais importante na hierarquia do Primeiro Comando da Capital (PCC) e seguidor de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da facção, o funileiro E.L.S., o "Lapa", de 37 anos, foi preso durante a madrugada de sábado no quilômetro 140 da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), trecho de Limeira. Policiais militares do município receberam informações de que ele estaria escondido em uma chácara. Uma verdadeira caçada humana foi realizada para recapturá-lo.
Informações chegaram à Polícia Militar, às 19h15 de quinta-feira, que o funileiro estaria escondido em uma chácara às margens da Rodovia Iracemápolis-Santa Bárbara D'Oeste, na região de Limeira. Praticamente todo o efetivo da PM foi deslocado até o local com o intuito de prender o integrate da facção criminosa que age nos presídios paulistas, o PCC. Os militares foram recebidos por uma mulher que não franqueou a entrada dos policiais na chácara. O funileiro não estava mais no local.
Uma operação foi montada para conseguir capturar o procurado, liberado na saída temporária do final do ano, mas que não retornou à cadeia de Presidente Bernardes, onde estava preso. O Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes é um presídio de segurança máxima, onde os presos cumprem o chamado RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). Este regime é aplicado a presos com mau comportamento durante o cumprimento da pena e para pessoas que fazem parte de facção criminosa. O presídio tem capacidade para 160 presos; todos permanecem em celas individuais. Segundo o site da Secretária de Segurança Pública, atualmente 32 presos estão lá.
Durante toda a noite de anteontem, a chácara foi monitorada por PMs que esperavam a volta do procurado. Por volta das 3h30, um carro saiu da propriedade e foi abordado por uma equipe. No interior do veículo, parentes da mulher e uma criança de aproximadamente 7 anos. Dentro da calça da criança, foram localizados cerca de R$ 2 mil e na mala usada para transportar suas roupas, mais R$ 8 mil. O dinheiro foi apreendido e a criança liberada aos familiares, que levariam a criança para capital, pois estava passando mal.
Menos de duas horas depois, uma informação chegou aos militares, que um homem com as características de E. estaria caminhando no acostamento do quilômetro 140 da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), trecho de Limeira. Equipes foram ao local e detiveram o foragido. Ele foi encaminhado ao setor de custódia da Delegacia Seccional, onde ficará à disposição da Justiça. A rua que passa na frente do plantão de polícia foi fechada durante a manhã de ontem por motivos de segurança.
Durante a primeira abordagem à chácara, os policiais militares solicitaram e obtiveram junto a Justiça, um mandado de busca domiciliar para vistoriarem o interior da propriedade. Ás 6h, horário inicial permitido para cumprir mandados, a polícia entrou no imóvel e localizou mais R$ 2 mil e um revólver Taurus calibre 38. A mulher que tomava conta do imóvel foi detida e levada a delegacia. Até o final da manhã de ontem, ela permanecia detida, esperando decisão da delegada Nilce Segala, que assumiria o plantão de polícia. (CG)
"Lapa" estava nas transferências que motivaram ataques do PCC no EstadoNo dia 18 de maio de 2006, dias depois dos ataques que aterrorizaram a sociedade paulista, o então secretário de administração penitenciária do Estado, Nagashi Furukawa, pediu a inclusão do nome de "Lapa" no Regime Disciplinar Diferenciado. Conforme documentação, no dia que começou os ataques, Marcola, o líder da facção, teria afirmado que havia passado ordens para que houvesse represálias por causa da transferência de "Lapa", um dos seus principais seguidores.
Além disso, o acusado, quando chegou na Penitenciária de Presidente Wenceslau II, fez ameaças a autoridades, afirmando que haveria rebeliões e mortes de autoridades em todo o Estado. (CG)

Funcionários do setor de saúde entram em greve

EPTV

Os funcionários do setor de Saúde de Monte Mor, na Região Metropolitana de Campinas, entraram em greve na manhã desta terça-feira (12). O motivo alegado é a falta de pagamento da segunda parcela do 13º salário e do dinheiro referente às férias, já que muitos funcionários estão descansando sem receber o pagamento.
No total, 180 funcionários do hospital da cidade e outros 350 que pertencem a uma Organização Não Governamental (ONG) estavam sem o pagamento. Os 180 funcionários do hospital são contratados pela prefeitura que já quitou a dívida no meio da manhã desta terça-feira.
Os funcionários das unidades básicas de saúde protestaram e esperam que a empresa responsável também faça o pagamento durante a tarde e, somente depois, eles informam que retornarão ao trabalho.
As negociações continuam no período da tarde.

ESCLARECIMENTO SOBRE O TERREMOTO OCORRIDO NO HAITI

Resenha do Exército Brasileiro

O Comando do Exército lamenta profundamente informar que o terremoto que atingiu o Haiti no dia de ontem provocou sérios danos estruturais à cidade de Porto Príncipe e em algumas das bases do contingente brasileiro da MINUSTAH, causando vítimas fatais e ferimentos em vários militares. Foram comprometidos os sistemas de telefonia fixa e de celular o que vem dificultando o repasse das informações.
Os deslocamentos motorizados, até o momento, estão praticamente inviabilizados em razão da grande quantidade de escombros nas ruas de Porto Príncipe. Tal fato, aliado à escuridão, falta de energia elétrica e iluminação pública tem prejudicado sobremaneira os levantamentos mais pormenorizados, bem como a avaliação da real extensão dos danos.
A população civil tem se deslocado em massa em direção à base do Comando do Batalhão Brasileiro (BRABATT), menos atingida pelos abalos, em busca de socorro e de auxílio no resgate dos feridos.
Desde o início dos abalos sísmicos, o BRABATT, usando todos os meios disponíveis, está empenhado em atender as vítimas da tragédia.
Foram confirmados os óbitos de 04 (quatro) militares do BRABATT, o 1º Tenente BRUNO RIBEIRO MÁRIO; o 2º Sargento DAVI RAMOS DE LIMA; o Soldado ANTÔNIO JOSÉ ANACLETO e o Soldado TIAGO ANAYA DETIMERMANI, todos do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena-SP.
Os nomes dos militares feridos confirmados até o momento são os seguintes:
- Tenente Coronel ALEXANDRE JOSÉ SANTOS, da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, de Boa Vista-RR, com escoriações;
- Capitão RENAN RODRIGUES DE OLIVEIRA, do 6º Batalhão de Infantaria Leve, de Caçapava-SP, com fratura do úmero e fêmur;
- o 3º Sargento DANILO DO NASCIMENTO DE OLIVEIRA, do 28º Batalhão de Infantaria Leve, de Campinas-SP, com escoriações;
- Cabo EUGÊNIO PESARESI NETO, do 28º Batalhão de Infantaria Leve, de Campinas-SP, com escoriações; e
- Soldado WELINTON SOARES MAGALHÃES, do 5º Batalhão de Infantaria Leve, com fratura no nariz e na clavícula.
O Exército Brasileiro, consternado e imbuído do mais alto sentimento de solidariedade, está empenhado em prestar todo o apoio necessário às famílias dos militares vitimados pela tragédia.
O CCOMSEx distribuirá um boletim diário, às 17:30 horas (horário de Brasília) para a atualização das informações.

Caos e destruição no Haiti

Um forte terremoto, de magnitude 7 graus na escala Richter, atingiu ontem a capital do Haiti, Porto Príncipe, por volta das 17h (hora local, 20h de Brasília). Minutos depois, dois outros abalos, de 5.9 e 5.5 graus, réplicas do primeiro, foram sentidos no Haiti, o país mais pobre das Américas, e na vizinha República Dominicana, que compartilha a mesma ilha. Os tremores causaram o desabamento de edifícios na capital haitiana, e deixaram - segundo relatos iniciais - dezenas de mortos e feridos sob os escombros. Testemunhas relataram ainda que o Palácio Nacional do país e outros prédios governamentais teriam desabado, mas não houve confirmação oficial. Os serviços de comunicação e telefonia móvel e fixa do Haiti foram afetados pela catástrofe.
- O Palácio Nacional, os ministérios das Finanças, do Trabalho, de Comunicação e Cultura, o Palácio da Justiça e a Escola Normal Superior caíram - relatou um jornalista da TV Haitipal por telefone, de Porto Príncipe, à agência de notícias AFP.
Testemunhas, rádios e TVs locais relataram ainda o desabamento de um hospital em Pétionville, um subúrbio da capital; de construções de um aeroporto; de um hotel, do Parlamento; da catedral, além do bloqueio de estradas por destroços. A capital ficou coberta por uma espessa camada de poeira, que escureceu o céu após os desabamentos. Em entrevista à CNN, Frank Williams, da ONG World Vision Haiti, relatou que moradores atônitos gritavam pelas ruas procurando por parentes e escavando escombros em busca de sobreviventes.
O epicentro do primeiro terremoto ocorreu 15 quilômetros a sudoeste da capital do Haiti, a uma profundidade de 10 quilômetros, segundo o Serviço de Geologia dos EUA. Esse é o maior abalo já registrado na área - em 1984 houve um tremor de 6.7 graus. O impacto levou à emissão de um alerta de tsunami a partes do Caribe, que logo foi cancelado.

'Uma catástrofe de grandes proporções'
Segundo o embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Alcide Joseph, um assessor do presidente do país, René Préval, relatou por telefone, antes de as linhas serem cortadas, que "edifícios estavam desmoronando nas ruas à direita e à esquerda" do palácio, sem se referir a danos ao edifício. À CNN, Joseph disse que as únicas coisas que podia fazer ontem eram "rezar e esperar pelo melhor", e que se tratava de uma "catástrofe de grandes proporções".
- Tudo começou a tremer, as pessoas gritavam e as casas começaram a desabar. É um caos total - disse o jornalista Joseph Guyler Delva, da agência de notícias Reuters. - Vi gente sob os escombros, e vi gente morta.
Na República Dominicana, dezenas de pessoas saíram nervosas às ruas após os tremores. O diretor da Defesa Civil local, Luis Luna Paulino, afirmou que "todos os lugares mais vulneráveis (a desabamentos) foram monitorados", e que nenhum forte dano fora constatado até o início da noite.
- As pessoas deixaram em pânico os edifícios mais altos - disse Francisco Rosario, bombeiro de Santo Domingo.

Lula preocupado com brasileiros
Segundo o embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman, todos os 1.300 militares brasileiros que integram a missão de paz da ONU no país estão bem. Além dos militares, Kipman disse à CBN que há entre 50 e 60 civis brasileiros no Haiti, e que estes também estariam em lugar seguro. Kipman mora há dois anos no país, mas está no momento no Brasil e apenas recebeu relatos de sua equipe por telefone. Ele confirma que há danos severos em prédios da capital, mas não pode fornecer detalhes. De acordo com o embaixador, a área militar onde os brasileiros estão fica numa planície, sem muitas construções ao redor. Segundo o Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse preocupado com a situação dos brasileiros no Haiti, mas não passou orientações ao chanceler Celso Amorim.
O presidente americano, Barack Obama, convocou uma reunião de emergência entre o Departamento de Estado, a Agência Americana para Desenvolvimento Internacional e o Comando Sul dos EUA a fim de discutir ações de ajuda humanitária. Obama disse que seus "pensamentos e orações estavam com o povo do Haiti", e, logo após os abalos, quis se certificar se o pessoal da embaixada americana em Porto Príncipe estava a salvo. Em Honolulu, no Havaí, a secretária de Estado Hillary Clinton afirmou que os Estados Unidos estavam prontos para oferecer assistência plena ao Haiti, de ordem "civil e militar".
- Há reuniões de emergência ocorrendo no momento - disse o porta-voz do Departamento de Estado, Gordon Duguid, no fim da noite de ontem. - Precisamos reunir toda informação que seja possível. E vamos, claro, ajudar conforme pudermos.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) destinará US$200 mil imediatamente ao Haiti, em caráter emergencial. O impacto do primeiro terremoto chegou a ser sentido de forma leve na costa leste de Cuba, onde fica a base americana de Guantánamo.
O Haiti é o país mais pobre das Américas e uma série de catástrofes e crises políticas deixaram o país à beira do colapso nos últimos anos. Eis algumas das causas:

FURACÕES
Em outubro de 2004, a passagem do furacão Jeanne destruiu a cidade de Gonaïves, deixando dois mil mortos e dez mil desabrigados. Em 2008, quatro furacões (Fay, Gustav, Hanna, Ike) que passaram pelo Caribe deixaram centenas de mortos no Haiti e 800 mil desabrigados. Na época, 70% das colheitas foram devastadas, 23 mil casas foram destruídas e outras 85 mil foram danificadas. Os prejuízos chegaram a US$1 bilhão, 5% do PIB nacional. Foi a pior temporada de furacões já registrada pelo Haiti em todos os tempos.

GOLPE
Depois de décadas de ditadura, o ex-padre católico Jean-Bertrand Aristide se tornou o primeiro presidente do país eleito por eleições democráticas, em 1990. Aristide foi derrubado por um golpe militar em 1991 e reinstalado no posto com apoio dos Estados Unidos. Ele foi forçado a deixar o país e ir para o exílio em 2004, por uma rebelião da Frente de Resistência Revolucionária Artibonite.

VIOLÊNCIA
O Brasil lidera uma força de paz da ONU, enviada em 2004, após a queda de Jean-Bertrand Aristide para coibir a violência crônica no país. Mais de 13 mil soldados brasileiros já estiveram no país integrando a Missão da ONU para a Estabilização do Haiti (Minustah). Hoje, há 1.300.

POBREZA
O país figura em 146º lugar entre os 177 medidos pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU. Mais da metade da população vive com menos de US$1 por dia, e 78% com menos de US$2. Desmatadas, apenas 2% das florestas do país estão de pé. Após tantas catástrofes, a infraestrutura do país já estava perto do colapso antes do terremoto de ontem.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Sem-terra antecipam invasões no ano eleitoral

De José Maria Tomazela

Os movimentos de luta pela reforma agrária estão antecipando as jornadas de invasões de terras este ano. O objetivo é pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a recuperar, no último ano de governo, os números que consideram modestos de famílias assentadas. No sábado, cerca de 60 integrantes da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp) invadiram, numa única ação, duas fazendas em Agudos, no centro-oeste do Estado.
De acordo com a Polícia Militar, o mesmo grupo, procedente de acampamentos da região, se dividiu para ocupar as fazendas Cabreúva e Nossa Senhora Aparecida, localizadas na rodovia que liga a cidade de Agudos ao distrito de Domélia. Eles cortaram as cercas e iniciaram a montagem de barracos.
As lideranças do movimento disseram que as áreas foram consideradas improdutivas e estariam em processo de desapropriação pelo Incra. As duas fazendas foram invadidas em 2009 pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). A Cabreúva também já tinha sido ocupada pelos integrantes da Feraesp. Os invasores deixaram o local no penúltimo dia do ano passado. De acordo com a PM em Agudos, o clima na área era tranquilo ontem. Os proprietários tomaram providências na Polícia Civil para entrar com pedido de reintegração de posse na Justiça.
O MST quer antecipar a jornada de lutas pela reforma agrária por causa do calendário eleitoral. "Teremos um ano curto para cumprir nossas tarefas. É um ano de eleições nacionais e de Copa do Mundo, que envolvem toda a sociedade brasileira", afirmou Joba Alves, da coordenação nacional, em balanço publicado no site do MST.
O líder considerou que 2009 foi o pior ano em conquista de assentamentos, pois o governo praticamente não teria assentado famílias. Segundo ele, este ano o movimento vai fazer "uma boa jornada de lutas em março e abril para manter as reivindicações na ordem do dia". Normalmente, a jornada de lutas só é deflagrada com o "abril vermelho".
O líder José Rainha Júnior também acompanha o calendário eleitoral e concentra em fevereiro as ações de seus grupos, dissidentes do MST e ligados a sindicatos de trabalhadores rurais. Ele promete uma jornada de invasões durante o chamado "carnaval vermelho".
Cerca de 50 integrantes do MST acamparam, no sábado, na margem da rodovia estadual que liga as cidades de Coronel Macedo e Itaporanga. Eles estão nas imediações de uma fazenda vistoriada pelo Incra e que teria sido considerada improdutiva.

Polícia prende comandante de organização criminosa

EPTV


Um dos líderes de uma organização criminosa de São Paula foi preso neste sábado (9) na zona rural de Iracemápolis. A ação foi conjunta entre as polícias militares local, de Limeira e da capital paulista. Eduardo Lapa dos Santos - conhecido também como Lapa e Gordão - não havia voltado para a prisão após ser beneficiado com a saída temporária de Natal.

Seccional de São Carlos assume delegacia em Ribeirão

EPTV

O delegado seccional de São Carlos, Wanir José da Silveira Júnior, assumiu nesta sexta-feira (8) a seccional de Ribeirão Preto. Em seu lugar, assume o delegado Adolfo Domingos da Silva Júnior, que estava na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Franca.
O delegado da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Franca, Marcelo Rodrigues Alves Caleiro, substitui o delegado seccional Maury de Camargo Segui. O delegado de Batatais, Sebastião Vicente Picinato, é o novo seccional de São Joaquim da Barra, substituindo o delegado Francisco Renato Tortoreli Costa.
As nomeações foram publicadas no Diário Oficial do estado desta sexta.

Furtos e roubos no Centro de Campinas persistem Diariamente, são pelo menos 25 casos registrados no 1º Distrito Policial (DP)

Cósmo On line

Pessoas caminham no calçadão da Rua 13 de Maio em Campinas(Foto: Erica Dezonne/Especial para a AAN)
Tratados como ocorrências meramente formais, sem qualquer investigação ou conclusão, os furtos e roubos a pedestres têm sido cada vez mais comuns no Centro de Campinas. Diariamente, são pelo menos cerca de 25 casos registrados no 1º Distrito Policial (DP), responsável por atender às ocorrências policiais registradas na região central da cidade. Na última terça-feira, por exemplo, foram registrados pela Polícia Civil 20 casos de furto ou roubo a pedestres. Desses, 13 foram furtos e o restante roubos. Entre os furtos (modalidade de crime sem violência), a maioria (6) foi contra pedestres nas ruas. Nas demais ocorrências, as vítimas estavam ou dentro de estabelecimentos comerciais (lojas de roupas, principalmente) ou dentro de ônibus do transporte coletivo. Com relação aos roubos (modalidade de crime com violência ou grave ameaça), quatro das vítimas estavam na rua. O restante estava em estabelecimentos comerciais ou ônibus. Em um dos casos, o porteio C.A.G., de 28 anos, estava dentro de uma van do transporte alternativo quando três indivíduos, sendo um armado, entraram e roubaram a carteira com documentos e telefone celular. O crime ocorreu numa das principais vias da cidade, a Avenida Anchieta, em frente à Prefeitura. Porém, no ranking dos casos de furto ou roubo a pedestres, a localidade recordista no número de ocorrências é a Rua 13 de Maio. No dia das ocorrências, ao menos sete foram registradas na via. A 13 de Maio é uma rua transformada em calçadão que concentra muitos comércios e, consequentemente, clientes e bandidos. A presença da Polícia Militar (PM) é constante, mas não o suficiente para espantar os ladrões, a maioria adolescentes usuários de crack que roubam para comprar a droga. O capitão da PM responsável pelo policiamento no Centro, Paulo Henrique Rosas, disse que uma das alternativas para combater os tipos de crime no Centro é o aumento no efetivo. Ele disse que o comando da PM tem feito isso, mas que ao mesmo tempo os pedestres devem se portar de uma maneira a não se tornar uma vítima fácil dos bandidos. “As pessoas têm de ficar atentas, não se distrair para não se tornar vulnerável”. Mesmo de bolsa junto ao corpo, a manicure Nilde Maria dos Santos, de 48 anos, já foi vítima na 13 de Maio. “Levaram minha bolsa com tudo. Meus documentos e tudo. Agora, tenho medo de andar pela rua e fico sempre alerta”, disse. O vendedor Mascilon Francisco dos Santos Filho, de 29 anos, já foi assaltado e já viu muitos serem assaltados. “Quando me assaltaram, perdi R$ 330,00 que estava indo depositar no banco. Fiquei no prejuízo”, disse.

Bancários organizam Dia Nacional de Luta por um novo Plano de Cargos ComissionadosO

Site da CUT

O ano de 2010 começa com mobilizações na Caixa Econômica Federal. Na próxima terça-feira, dia 12 de janeiro, conforme deliberação aprovada em encontro nacional de dirigentes sindicais convocado pela Contraf/CUT, ocorrido em São Paulo, no último dia 18 de dezembro, os empregados da Caixa de todo o país vão ocupar agências da empresa e ruas das capitais e principais cidades com manifestações, atos públicos e retardamento na abertura das unidades. Os protestos marcam o Dia Nacional de Luta por um novo Plano de Cargos Comissionados (PCC) digno, sem distorções nem injustiças, coincidindo ainda com as comemorações do aniversário de 149 anos da empresa, criada em 12 de janeiro de 1861. A Contraf/CUT e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) orientam todas as entidades sindicais a intensificarem a mobilização para a conquista de um novo PCC. O coordenador da CEE/Caixa, Jair Pedro Ferreira, que também é diretor de Administração e Finanças da Fenae, afirma ser fundamental que todos os empregados estejam mobilizados, de modo a garantir que a direção da empresa implante um plano de carreira que atenda as demandas do conjunto dos bancários da Caixa. Para a representação nacional dos empregados, é de vital importância que todos os sindicatos se envolvam no processo de negociação permanente com a direção da Caixa em 2010, fazendo a discussão nos locais de trabalho e mobilizando os bancários, uma vez que a implantação do PCC é uma reivindicação histórica dos empregados, sendo que sua discussão começou de forma atravessada pela empresa. O Dia Nacional de Luta por um novo PCC reafirmará a proposta apresentada pelos trabalhadores à empresa em julho do ano passado, ao mesmo tempo em que repudiará os itens do Plano de Funções Gratificadas (PFG) da Caixa que são prejudiciais aos empregados. Na ocasião, os bancários farão uma advertência de que não aceitam a imposição unilateral do PFG. A Caixa não tem ainda uma proposta global do que chama de Plano de Funções Gratificadas (PFG), denominado de PCC pelo movimento sindical. Na reunião do dia 2 de dezembro de 2009, em Brasília (DF), a empresa apresentou apenas as linhas gerais do plano, sem a descrição dos valores da tabela, frustrando as entidades que representam os trabalhadores. Por outro lado, a Caixa deixou claro que pretende resolver o problema da jornada das funções técnicas, reduzindo-a para seis horas, mas reduzindo também, proporcionalmente, os salários antes da migração para a nova tabela. Outro ponto inaceitável é que a discriminação dos empregados vinculados ao REG/Replan não-saldado ou ao antigo PCS. A proposta de PFG da Caixa O plano da Caixa propõe 15 níveis, com 15% de diferença entre eles e acaba com as classes de filiais e mercados. Além disso, altera a nomenclatura dos cargos e os agrupa reduzindo de 119 para 56 funções, mantendo os quantitativos. Também realinha os cargos hierarquicamente de acordo com a complexidade, a responsabilidade e as atribuições. Os empregados migrarão do PCC para o PFG de maneira automática no cargo correspondente. Nesse processo de migração poderá ocorrer redução de remuneração básica, tendo em vista a reclassificação. Para garantir a irredutibilidade negociada na campanha salarial de 2009, a empresa propôs a criação do mecanismo APA - Adicional Provisório de Ajuste do PFG. A Caixa, porém, vincula a implantação do PFG à solução das jornadas da carreira técnica, reduzindo de oito para seis horas com redução proporcional do salário. Segundo o acordo aditivo firmado em 2008, a implantação do PFG deveria acontecer, no máximo, no fim do ano passado, mas as projeções da empresa apontam que isto poderá ocorrer no primeiro trimestre de 2010, com efeito retroativo até a data da redução da jornada. Na rodada de negociação no início de dezembro de 2009, na tentativa de colocar um problema que deve ser resolvido pela direção do banco no colo dos trabalhadores, os representantes da empresa afirmaram que "quanto mais rápido decidir a jornada, melhor para decidir o PFG". O que o movimento dos empregados rejeita no PFG O movimento nacional dos empregados considera inaceitáveis uma série de itens do plano da Caixa prejudiciais aos trabalhadores, entre os quais os seguintes: redução de jornada com redução de salário, manutenção de jornada de oito horas para funções de gestão e jornada aberta para chefes de unidades, retaliação nas regras de transição (exclusão de quem não saldou o REG/Replan) e crescimento horizontal por meio do CTVA e por avaliação de mérito. O que o movimento dos empregados defende no PCC A Contraf/CUT - CEE/Caixa reafirma a proposta dos trabalhadores apresentada em julho do ano passado, principalmente em relação aos seguintes pontos: - jornada de seis horas para todos os empregados sem diminuição do salário; - extinção dos mercados B e C, com adoção dos valores do mercado A, e das filiais 2 e 3, com adoção dos valores das filiais 1; - não permitir discriminação em relação aos empregados que permaneceram no REG/Replan não-saldado ou no antigo PCS; e - critérios de comissionamentos e descomissionamentos. Calendário de luta para 2010 Além do Dia Nacional de Luta por um novo PCC em 12 de janeiro, o encontro nacional dos dirigentes sindicais da Caixa aprovou um calendário de luta para 2010, com destaque para as seguintes atividades: - 27 de janeiro: Dia Nacional de Luta pelo lançamento da campanha pela isonomia - "2010, o ano da isonomia"; - primeira quinzena de abril: encontro nacional de avaliação da campanha pela isonomia), Saúde Caixa (abaixo-assinado pela criação de estruturas em cada estado para cuidar do Saúde Caixa e da saúde do trabalhador, desvinculada das Gipes e subordinada diretamente à Gesad); e - segunda quinzena de maio: indicativo para a realização do 26º Conecef.

Entidade lança abaixo-assinado para melhoria da saúde na Caixa

Site da CUT

A Contraf-CUT lançou nesta quinta-feira (7), abaixo-assinado para a diretoria da Caixa Econômica Federal, como parte das estratégias propostas no calendário de luta dos empregados da Caixa, conforme deliberado no encontro nacional dos dirigentes sindicais, realizado em São Paulo, no dia 18 de dezembro. O documento reivindica "a criação de estruturas em cada estado para cuidar especificamente do Saúde Caixa e da saúde do trabalhador, desvinculada da Gipes (gerência de pessoal de filial) e subordinada diretamente à Gesad (Gerência Nacional de Saúde)"."A proposta foi aprovada no último Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) e visa corrigir diversos problemas enfrentados pelos bancários tanto no convênio médico quanto na relação com os programas de saúde. Segundo a proposta dos bancários, as novas estruturas deverão estar vinculadas diretamente à área de saúde da Matriz", lembra o texto."O que consta na cláusula sobre Saúde Caixa do Acordo Coletivo Aditivo não vem sendo cumprido pela Caixa desde 2008, pois o plano apresentou superávit da ordem de R$ 9 milhões em 2007 e de R$ 21 milhões em 2008, representando um aporte de 32% e 36%, respectivamente, por parte dos empregados", afirma Plínio Pavão, secretário de saúde da Contraf-CUT e funcionário do banco."O Saúde Caixa apresenta ainda uma série de outros problemas, tais como deficiência no atendimento e falta de estrutura que trazem consequências graves e problemas de gestão. Além disso, o contingenciamento inviabilizou o trabalho do Conselho de Usuários", conclui Plínio.