quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Com apagão, funcionários da Sabesp encerram greve

O Globo

Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) decidiram encerrar na tarde desta quarta-feira (11) a greve iniciada a 0h. O movimento foi encerrado devido aos problemas de abastecimento causados pelo apagão que atingiu parte do Brasil e do Paraguai na terça-feira (10). Com a falta de luz, todas as estações de tratamento de água da Sabesp e as estações elevatórias deixaram de funcionar. No início da tarde, 3 milhões de habitantes ainda estavam sem abastecimento de água. Pela manhã, o corte chegou a atingir 6,7 milhões de pessoas.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), a greve foi encerrada para não prejudicar a população – com o problema causado pelo blecaute, o número de chamadas deve aumentar. Ainda de acordo com o sindicato, a Sabesp sinalizou a intenção de discutir as reivindicações dos trabalhadores em reunião que ainda será marcada. Os funcionários reivindicam o fim das demissões - 130 pessoas teriam sido desligadas da empresa nos últimos dois dias. Os funcionários que costumam entrar no período da tarde devem trabalhar normalmente já nesta quarta.

Sem-teto têm de deixar área invadida devido a reintegração

A reintegração de posse ocorreu pacificamente segundo o Capitão Horácio, da Polícia Militar.
Há 45 dias que 30 famílias haviam invadido uma área na região do Matão em Sumaré, porém foram retiradas ontem ainda na parte da manhã. A reintegração teve início por volta das 6 horas da manhã, e todos os móveis e utensilhos foram levados para um barracão em Campinas.
Cerca de 50 policiais militares estiveram no local para presenciar a saída dos ocupantes. O número grande se faz necessário caso haja conflito, mas desde o início o líder do movimento Lindomar Medeiros da Silva já havia conversado com os policiais informando que a saída seria pacífica exatamente como ocorreu.
Segundo Lindomar, o grupo já está planejando uma nova invasão, porém não definiram o local ainda.

Invasões de sem-terra em SP sobem 88%, ante queda de 45% no País

O Estado de São Paulo
Roldão Arruda

O Estado de São Paulo, o mais avançado produtor agrícola do País, hoje é a unidade da federação onde os movimentos de sem-terra se mostram mais agressivos em termos de invasões de propriedades rurais. Levantamento realizado por pesquisadores do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (Nera), vinculado à Unesp, indica que o número de invasões no primeiro semestre deste ano aumentou 88,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 36 invasões de janeiro a junho de 2008, contra 68 em 2009.
Esse recrudescimento das ações em São Paulo segue uma linha inversa em relação ao que ocorre nos outros Estados. Em recente levantamento sobre conflitos registrados no País no primeiro semestre deste ano, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) constatou que a tendência é de refluxo - e não de aumento.
"As ações dos trabalhadores, ocupações e acampamentos, sofreram um razoável encolhimento em 2009", dizia o relatório da CPT. Em termos numéricos, apontava um decréscimo de 45% nas invasões entre um semestre e outro, passando de 187 para 102.
Os pesquisadores do Nera utilizaram dados do Dataluta, banco de dados organizado pela Unesp e que utiliza informações de várias fontes. Eles também notaram o crescimento no conjunto de famílias de sem-terra mobilizadas em São Paulo. Em 2008 o total chegou a 2.414. Neste ano o número de famílias subiu para 4.096.

DISSIDENTE
Ainda segundo os pesquisadores, existem dez movimentos de sem-terra em ação no Estado. O mais atuante deles é o MST da Base - dissidência do Movimento dos Sem-Terra (MST), que age sob a coordenação de José Rainha, um dos mais influentes líderes de sem-terra no País. Das 68 invasões registradas no primeiro semestre, 54 foram organizadas pelo MST da Base.
Ontem, ao comentar os resultados da pesquisa do Nera, Rainha atribuiu a causa do aumento das invasões ao que chamou de "incompetência" do governo de José Serra (PSDB). "O governo do Serra não fez nada pela reforma agrária", disse, endereçando a crítica ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo. "O Itesp está numa paralisia total."
Rainha construiu sua carreira na região do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste paulista. Depois de preso e condenado por sua atuação em invasões, ele seguiu para a região de Araçatuba, onde hoje organiza o Acampamento Adão Preto, que considera o maior do Brasil. "São dois quilômetros de rodovia, de lado a lado, tomados pelos barracos", contou.
Ao mesmo tempo que ataca o governo estadual, Rainha manifesta cada vez mais simpatia pelo governo federal. Suas críticas ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) - autarquia responsável pela condução da reforma agrária em todo o País - são sempre mais brandas do que quando fala do Itesp. Ele também já deixou claro que o movimento que coordena vai apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência. "O Serra seria um desastre para os trabalhadores", disse ontem.
Rainha também adiantou que em 2010 não deverá haver recuo nas ações conduzidas pelo MST da Base - como tem acontecido em anos de eleição presidencial. "As ocupações são o instrumento para fazer valer nossos direitos."
O levantamento do Nera que apontou a intensificação das ações dos sem-terra foi realizado pelos pesquisadores Nallígia Tavares de Oliveira e Tomás Sombini Druzian. Eles também observaram uma tendência de ampliação do palco dessas ações, que até recentemente se concentravam no Pontal.
Nas suas conclusões, os dois afirmam que o recrudescimento das ações no Estado pode ser um fato isolado, mas também indicar uma tendência: "O aumento das ocupações no Estado de São Paulo com a participação de novos movimentos socioterritoriais pode significar o início de um novo período de luta pela terra, que seguia uma tendência de decréscimo", afirmam. "Esse é um primeiro indicador, que pode significar aumento de luta pela terra ou pode se configurar em um período isolado na sequência dos conflitos. Outra tendência que se observa é o crescimento da luta contra o agronegócio, configurando-se uma nova característica da questão agrária atual." COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA

NÚMEROS
36 invasões
foi o total de ocupações registradas em todo o Estado de São Paulo no primeiro semestre de 2008

2.414 famílias
integrantes de 10 diferentes movimentos sociais participaram das invasões no ano passado em São Paulo

380 famílias
participaram de 22 ocupações organizadas pelo MST da Base, movimento do dissidente do MST José Rainha Júnior, que liderou o número de invasões em 2008

68 ocupações
de terra foram registradas no Estado de São Paulo no primeiro semestre deste ano. Em fevereiro, foram 41

4.096 famílias
participaram das invasões este ano, número 70% maior em comparação com o mesmo período do ano passado

2.486 famílias
do total de invasoras no primeiro semestre deste ano eram organizadas pelo MST da Base, que realizou 54 ações no período em São Paulo

Dise prende quadrilha do tráfico ligada ao PCC

Roberto CezarAgência BOM DIAA

Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) desbaratou quadrilha do tráfico de drogas ligada a um dos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital), Waldir Francisco da Silva, o Chibiu, preso na Penitenciária de Getulina.Em Marília, foram detidos Agnaldo Santos da Cruz, o Naldão, 31; Fabiana Ramos dos Santos, 21; e Celso Ricardo Verga Piveto, 29, o Dick ou Reebok. Fabiano Moreira, 22, acabou detido pela Polícia Civil de Garça.Em novembro de 2008, Fabiana Ramos dos Santos foi pega com dez quilos de cocaína. Amásia de Chibiu, ela controlava a contabilidade da quadrilha. A polícia apreendeu com a quadrilha R$ 2.101 e seis aparelhos de telefone celular. O delegado titular da Dise, José Carlos Costa, pediu a prisão temporária da quadrilha. “Após 30 dias vamos pedir a prisão preventiva”, disse. Outros membros da quadrilha estão na mira da Polícia Civil. Eles atuam nas regiões sul e norte de Marília. Recentemente, já havia sido preso Alex Amarildo de Oliveira, o Rico ou Louco, irmão de Chibiu, que repassava drogas a Naldão.Dick ou Reebok seria um dos comandantes do tráfico na zona norte da cidade e um dos chefes do PCC.Conforme o delegado José Carlos Costa, as investigações continuam e a intenção é pegar os demais integrantes do grupo que age no tráfico de drogas

Centrais sindicais levam 50 mil trabalhadores a Brasília e fazem a maior das seis Marchas

Site da CUT
Escrito por Isaias Dalle e Luiz Carvalho, de Brasília

Trabalhadores unidos
A CUT e as demais centrais sindicais do País se uniram na manhã desta quarta-feira (11) para promover a tradicional Marcha Nacional da Classe Trabalhadora. E fizeram a maior das mobilizações unitárias desde 2004.
A sexta edição da manifestação, que nos anos anteriores foi fundamental para implementar uma política de valorização do salário mínimo no Brasil, contou com 50 mil trabalhadores, que começaram a se concentrar desde as 7h no estacionamento do estádio Mané Garrincha, próximo ao Eixo Monumental. Por volta das 10h, deram início à caminhada rumo ao Congresso Nacional.
Neste ano, as entidades definiram seis eixos unificados: exigir que o Congresso aprove o PL 01/07, que efetiva a política de valorização do salário mínimo; novo marco regulatório para o pré-sal, que garanta soberania nacional sobre a exploração e o uso dos recursos, destinando-os a políticas públicas de combate às desigualdades sociais e regionais; atualização dos índices de produtividade da terra e aprovação da PEC 438/01 contra o trabalho escravo; ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT; aprovação do PL sobre a regulamentação da terceirização e combate à precarização nas relações de trabalho e, principalmente, redução da jornada sem redução do salário.

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Artur fala sobre os eixos da Marcha
Além dos militantes do movimento sindical, a mobilização levou também outros representantes dos movimentos sociais ao Distrito Federal, representados pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).
Entre os parlamentares do campo democrático e popular que marcaram presença e manifestaram apoio às reivindicações, estava o deputado federal responsável pela relatoria do projeto de redução da jornada, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. “Mais importante até do que juntar entidades de posição ideológica distinta é constatar a unidade que existe entre elas, porque o empresariado está dividido sobre a redução. Parte já pratica as 40 horas semanais, outros ainda resistem. Eu tenho certeza que se o projeto for ao plenário da Câmara e do Senado será aprovado”, afirmou.
Por volta das 11h, a marcha estacionou diante do edifício do Congresso. Presidente nacional da CUT, Artur Henrique, explicou os resultados positivos da aprovação na Casa de cada eixo da pauta da classe trabalhadora, em especial da valorização do salário mínimo. “Mais de 43 milhões de brasileiros vivem com um salário mínimo, sendo 18 milhões de aposentados. Esse povo espera e quer que o Congresso aprove a política de valorização do salário mínimo, que foi fruto da mobilização das centrais, para garantir que a valorização permaneça até 2023, fazendo com que isso não seja uma política apenas do governo Lula, mas também de Estado”, defendeu.

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Trabalhadores rumo ao STF
A CUT levou aproximadamente 30 mil militantes e foi a maior delegação entre as centrais, algo que podia ser facilmente comprovado por qualquer observador da manifestação.

Após o encerramento da passeata diante do parlamento, cerca de 6 mil cutistas seguiram para a Praça dos Três Poderes, onde encerraram a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora num aguerrido protesto perante a sede do STF (Supremo Tribunal Federal). Proibidos de lá chegar com o caminhão de som, os dirigentes recorreram ao bom vê velho megafone - na verdade, dois - para protestar contra o interdito proibitório, instrumento da Justiça Cível que, apesar de tratar de direito de propriedade, tem sido aplicado pelo STF, a pedido dos empresários, para impedir mobilizações e greves.
O STF também foi alvo de protesto em função das decisões que tem tomado, a partir de ações diretas de inconstitucionalidade, para derrubar avanços conquistados legitimamente pela mobilização e capacidade de negociação dos movimentos sociais. Houve espaço também para apoiar a libertação do militante de esquerda italiano Cesare Battisti, para quem integrantes do STF defendem a extradição ao seu país de origem.
Audiências com Temer e Sarney
Antes do ato no Supremo e enquanto as lideranças sociais ainda comandavam a manifestação política em frente ao Congresso, os presidentes e outras lideranças das seis centrais sindicais foram recebidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). Ele recebeu a pauta de reivindicações da 6a Marcha e questionado sobre a redução da jornada sem redução de salário, cuja PEC está à espera de votação em plenário na Câmara, afirmou: "É uma matéria polêmica, não há dúvida. Simplesmente marcar uma data para votação em plenário não dá certo. O que eu quero fazer é sentar com os deputados que representam o grupo contrário à medida e os favoráveis, mais as centrais sindicais, e encontrar um caminho para encaminhar o tema com entendimento entre os líderes partidários". Temer prometeu instalar uma espécie de comissão de deputados e centrais para elaborar uma forma de enviar a PEC ao plenário com grande possibilidade de aprovação.
Já o presidente do Senado, José Sarney, em uma audiência relâmpago - alegou compromisso inadiável - prometeu colocar a ratificação da convenção 151 para votação, com prioridade. A 151, que estabelece a negociação sindical e coletiva permanente no serviço público, já foi ratificada pela Câmara.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Queda de linha de energia causa blecaute em 12 Estados e no DF Problema ocorreu por volta de 22h15 e desligou completamente Itaipu; Técnicos acreditam

O Estadão
Leonardo Goy e Renato Andrade

A queda de uma linha que transmite energia da Hidrelétrica de Itaipu tirou todos os 14 mil megawatts gerados pela usina do sistema elétrico e provocou um blecaute em pelo menos 12 Estados brasileiros, no Distrito Federal e no Paraguai na noite de ontem. Nas ruas, principalmente da Região Sudeste, houve confusão e acidentes. Nos gabinetes, de governo, em Brasília, ainda se buscavam as causas do problema no fim da noite. O apagão atingiu quase a totalidade do Estado do Rio, São Paulo, Minas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, e parte do Paraguai. Os outros Estados afetados foram Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso, Pernambuco, Acre e Rondônia. Eles teriam sido afetados por uma espécie de "efeito cascata", com o desligamento das transmissões pelo sistema de proteção de rede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Até zero hora de hoje, o sistema permanecia intermitente e havia falhas pontuais em vários Estados."Houve desligamento completo de Itaipu", afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Os últimos apagões no País ocorreram em 2005 e 2007, atingindo o Espírito Santo e o Rio. No primeiro, a interrupção de transmissão em Furnas foi atribuída a uma tempestade de raios.A causa do blecaute de ontem ainda não foi diagnosticada, mas, segundo Lobão, os técnicos também acreditam que algum problema atmosférico, como raios ou tempestades, tenha motivado a queda. Pouco mais de uma hora após o início do apagão, registrado por volta de 22h15, o ministro disse que estava convencido de que a situação seria normalizada de madrugada. "Esta noite deveremos ter resolvido isso", disse. A energia voltou em alguns locais por volta de 23h30. A falta de luz afetou sistemas essenciais. Em São Paulo, a Polícia Militar só contava com um gerador para atender as emergências do 190. O maior centro médico do País, o Hospital das Clínicas da USP, operava com geradores a óleo.

Justiça manda prender 6 do MST por invasão

O Estado de São Paulo
José Maria Tomazela, SOROCABA

Tribunal de Justiça do Pará decretou ontem a prisão preventiva de seis integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) acusados do ataque ao retiro Ceita Corê, da Fazenda Espírito Santo, anteontem, em Xinguara. A propriedade, do grupo Santa Bárbara, ligado ao banqueiro Daniel Dantas, foi invadida por 70 militantes que, com o uso de armas de fogo, expulsaram os funcionários e saquearam as casas.
Com a decisão, passam a ser procurados Edimilson dos Santos Gomes, conhecido como Boca Cheia, Baltazar Luis de Souza, Jorseley Alves da Silva, Lourival Santos Ferreira, Moisés Lima Silva e Antônio Luiz de Souza. De acordo com o despacho, Gomes, que é coordenador do acampamento Alto Bonito, era o líder do grupo invasor e portava na ocasião do fato uma arma. O TJ considerou haver indícios de serem os acusados os autores dos crimes ocorridos na fazenda.
O despacho faz referência aos "diversos conflitos que vêm ocorrendo na mesma, sendo necessária a intervenção do Poder Judiciário como forma de evitar que os vestígios dos crimes perpetrados sejam eliminados, bem como pacificar os ânimos no local".
O grupo é acusado de ter destruído seis casas de empregados da fazenda. A ação ocorreu apesar da presença da tropa de choque da Polícia Militar na região, informou a agropecuária Santa Bárbara.
Na semana passada, o MST já havia destruído casas e benfeitorias da Fazenda Maria Bonita, também da Santa Bárbara, em Eldorado dos Carajás. A depredação levou a Justiça a decretar a prisão preventiva do coordenador estadual do movimento, Charles Trocate, que está foragido.
De acordo com a empresa, a investida contra a Fazenda Espírito Santo compromete o rebanho de 20 mil vacas prenhas, num período em que nascem 200 bezerros por dia. Advogados da Comissão Pastoral da Terra que acompanham os protestos do MST contra a ação de pistoleiros armados na região negaram o novo ataque.
O advogado José Batista Gonçalves Afonso, da CPT de Marabá, acusou a Polícia Civil e a PM de terem agido com truculência contra os sem-terra que estavam à beira da rodovia PA-50, em Eldorado dos Carajás, na sexta-feira. Segundo ele, o delegado-geral Raimundo Benassuly e o coronel da PM Augusto Leitão chegaram à frente de 70 homens e sacaram armas para reprimir os sem-terra que portavam apenas pedaços de paus e facões. Três militantes foram presos.
O assessor de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Pará, Emanuel Vilaça, negou a violência e disse que a ação para desobstruir a rodovia foi filmada.
Ele acusou os líderes do MST de terem fugido e deixado apenas crianças no local. "O que eles estão fazendo é inadmissível, usando crianças que deveriam estar na escola. Isso é rasgar o Estatuto da Criança e do Adolescente."
Em nota, o MST repudiou a criminalização do movimento e afirmou que de janeiro a outubro deste ano, seguranças e pistoleiros das fazendas do banqueiro já assassinaram um trabalhador sem-terra e balearam gravemente outros 17, sem que tenham sido punidos pelos crimes.

Em greve, sindicato libera funcionários para atender problema na Sabesp

O Globo

Em greve desde a 0h desta quarta-feira (11), funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foram liberados pelo sindicato responsável para trabalhar nas bombas de abastecimento que deixaram de funcionar após o apagão que atingiu dez estados brasileiros e o Paraguai. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), funcionários foram deslocados para retomar o funcionamento das redes que deixaram de funcionar com a falta de energia.

Segundo a Sabesp, 6,7 milhões de habitantes na região metropolitana de São Paulo estão com o abastecimento prejudicado. Por volta das 10h20, a companhia diz que a produção estava restrita a 65% da demanda total dessa região.

Com a falta de luz, todas as estações de tratamento de água da Sabesp e as estações elevatórias deixaram de funcionar. Segundo Antonio da Silva, diretor do sindicato, quando isso ocorre entra ar na rede de abastecimento, e a retomada do fornecimento de água precisa ser feita de forma gradual. Os funcionários em greve reivindicam o fim das demissões feitas pela Sabesp. Segundo o sindicato, 130 pessoas foram desligadas da empresa nos últimos dois dias. “As demissões são injustas, querem reduzir folha de pagamento, e acho que tem outros canais para fazer economia”, disse Silva. De acordo o diretor, a greve não deve afetar o abastecimento. Serviços como pedido de ligação de água e reclamações, por exemplo, não poderão ser feitos. Entretanto, o sindicato reforçou que irá monitorar a situação para não prejudicar a população. Segundo Silva, a adesão dos trabalhadores da Sabesp à greve é de cerca de 80%. Está prevista uma passeata e uma assembleia na tarde desta quarta. A assessoria de imprensa da Sabesp informou durante a manhã não ter um balanço da adesão.

SP: greve de servidores impede emissão de seguro-desemprego

Os serviços de emissão de carteira do trabalho e seguro-desemprego, além de outros tipos de atendimento ao público, foram suspensos nesta terça-feira (10) na Delegacia Regional do Trabalho da capital paulista, devido a uma greve dos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego.A paralisação, que envolve servidores de 13 estados, é por tempo indeterminado e conta com a adesão de 700 dos cerca de mil funcionários do ministério em São Paulo, segundo informou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado de São Paulo (Sindsef-SP), Carlos Daniel Gomes Toni.De acordo com Toni, a greve foi decidida depois que foram suspensas as negociações da pauta de reivindicações dos trabalhadores, que vinham ocorrendo desde fevereiro. Os servidores pedem a implantação imediata do Plano de Carreira Específico dos Servidores, a regulamentação da jornada de 30 horas semanais - com dois turnos de seis horas diárias para que possam melhorar o atendimento à população. Eles querem, ainda, melhores condições de trabalho, paridade salarial entre ativos, aposentados e pensionistas e aumento do número de vagas para contratação dos remanescentes do último concurso.Entre as queixas, Carlos Daniel destacou o valor do vale-refeição, de R$ 6,54 por dia, considerado insuficiente para cobrir as despesas com a alimentação. Além disso, afirmou que os funcionários em cargos de comissão são mais valorizados no emprego público, tendo obtido reajuste salarial de 160%. “O governo ampliou a contratação dos cargos comissionados em 4 mil, passando a contar com 14 mil”, informou ele.Os servidores farão assembleia na próxima segunda-feira (16), às 13h, para decidir os rumos do movimento.

6ª Marcha da Classe Trabalhadora

Augusto Cesar Petta

O próximo dia 11 promete ser uma data importante no processo de luta dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiras. Será realizada a 6° MARCHA da CLASSE TRABALHADORA, convocada pela CGTB, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, NOVA CENTRAL e UGT, em Brasília. Terá como bandeiras de luta principais: Redução da Jornada de Trabalho de 44 para 40 horas sem redução de salários, Valorização do Salário Mínimo, Ratificação da Convenção 151 da OIT (que dá direito à negociação no serviço público), Ratificação da Convenção 158 da OIT (que impede demissão imotivada), não à precarização do trabalho e Aprovação da PEC que se refere à condenação do trabalho escravo.Evidentemente, os discursos dos representantes das Centrais Sindicais e das outras entidades dos Movimentos Sociais estarão voltados para estas reivindicações específicas, porém situadas na complexa conjuntura atual, de crise do capitalismo, em nível mundial. A plenária da CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), realizada no dia 23 de outubro, em São Paulo, com a presença de 115 participantes de 12 Estados brasileiros, indica, por um lado, que a Marcha deverá ter um número muito significativo de trabalhadores e trabalhadoras e, por outro, que temas como pré-sal e eleições de 2010 terão um significado especial nas palavras dos oradores do dia 11.Na referida reunião, vários representantes das entidades enfatizaram a importância da garantia da destinação dos recursos do pré-sal em investimentos para o desenvolvimento nacional, bandeira estratégica para que o país dê um salto qualitativo, rumo à justa distribuição de renda, à valorização do trabalho, à soberania nacional. Os avanços obtidos pelos movimentos sociais, durante os quase 7 anos do Governo Lula, são evidentes, porém persistem problemas significativos, evidenciados pelas desigualdades sociais, ainda tão presentes na sociedade brasileira. E também persiste o perigo do retrocesso, caso, no embate dos projetos nas eleições de 2010, vença o candidato que signifique a volta ao período anterior a Lula, no qual prevaleceu o neoliberalismo, com a privatização de empresas estratégicas e precarização do trabalho.A Diretora da CTB, Professora Nara Teixeira, enfatizou na reunião do dia 23, o momento privilegiado que vivemos no Brasil, no que se refere à unidade dos movimentos sociais rumo à conquista de um novo projeto nacional de desenvolvimento. A Marcha do dia 11 dará um passo importante de consolidação da união das Centrais Sindicais entre si e das Centrais na CMS. Esta é uma nova situação vivenciada pelos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil que fortalece a luta pelas bandeiras gerais e específicas. E, evidentemente, esse fortalecimento contribuirá para que a Marcha do dia 11 continue seu caminho para a vitória das forças progressistas nas eleições de 2010. Assim, com a eleição de candidatos e candidatas comprometidos com os interesses dos trabalhadores e trabalhadoras e, com a constante pressão do movimento sindical e dos movimentos sociais em geral, haveremos de abrir novos horizontes de prosperidade e de justiça!Augusto César Petta é professor, sociólogo, Coordenador Técnico do Centro de Estudos Sindicais (CES), membro da Comissão Sindical Nacional do PCdoB, ex- Presidente do SINPRO-Campinas e região, ex-Presidente da CONTEE.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

PM prende suspeito de roubo a carros-fortes em Araras

O Cósmo On Line

O assalto ocorreu dia 05 na Anhanguera quando um Honda Civic bloqueou a passagem dos carros-fortes na rodovia.
A PM (Polícia Militar) prendeu na noite de ontem (9/11), na zona norte de São Paulo, um homem suspeito de participar do roubo aos carros-fortes em Araras na última quinta-feira (5), segundo a corporação.

Fiscalização flagra venda de anabolizantes em Campinas, SP

O Globo

SÃO PAULO - Uma operação conjunta do Ministério Público, Vigilância em Saúde, Polícia Federal e Polícia Civil flagrou a venda irregular de anabolizantes em Campinas na manhã desta segunda-feira. Nos lugares vistoriados foram encontrados medicamentos vencidos, importados de maneira irregular e sem lacre.
A operação especial de combate ao comércio de anabolizantes começou pela manhã. Dez equipes estão vistoriando 16 lojas que vendem suplementos alimentares. Em uma delas, no bairro Cambuí, região nobre de Campinas, foram encontrados anabolizantes dentro de um carro. O vendedor que estava no local disse que desconhecia o caso.
Em uma loja no bairro Guanabara foram encontrados produtos vencidos, sem lacre e ainda alguns importados, com venda proibida no Brasil. Segundo o Ministério Público, o estabelecimento não tem autorização para funcionar.
Ainda no bairro Cambuí, os fiscais apreenderam em outra loja vários potes de creatina - substância usada para aumentar a massa muscular e que tem venda proibida. O dono da loja foi levado para a delegacia.
Os anabolizantes têm venda proibida por serem sintéticos e aumentam a performance dos atletas, que podem ser flagrados em exames antidoping, explica Rafael Nunes, consultor técnico em suplementos. Os suplementos alimentares, que têm a venda liberada, é que esses últimos são ricos em nutrientes, segundo Nunes, mas apesar dessa característica, eles devem ser utilizados com acompanhamento de um profissional da área de saúde.

Dólares, reais e uísque

Veja
Brasil

Comissão de Anistia, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, foi criada há oito anos para tentar reparar os abusos perpetrados durante os 21 anos do regime militar. Desde então, já concedeu cerca de 30 000 indenizações, a um custo que ultrapassa os 4 bilhões de reais. É justo compensar pessoas que perderam o emprego ou tiveram a vida devassada por perseguição política de um estado ditatorial. As concessões sem critério, porém, estão desvirtuando a nobreza do propósito inicial. Na mamata do que está sendo chamado de Bolsa Ditadura, pegaram carona "perseguidos" de todos os tipos. Na semana passada, mais uma figura curiosa embarcou no trem. O economista Vladimir Poleto - aquele que admitiu ter transportado 1,4 milhão de dólares de Cuba, em 2002, para robustecer o cofre da campanha do presidente Lula, e que, em seguida, tentou anistiar a própria confissão alegando estar embriagado - também ganhou direito ao seu quinhão. Ex-assessor do ex-ministro Antonio Palocci, o economista revelou que apanhou o dinheiro clandestino de um funcionário da Embaixada de Cuba em Brasília, acondicionou-o em caixas de uísque e rum e transportou-o num avião Seneca para São Paulo, onde funcionava o comitê financeiro da campanha.
A indenização a Poleto é uma das mais esdrúxulas já concedidas pelo governo. No início do regime militar, o economista tinha 8 anos de idade. No fim, estava com 29. De acordo com a ata do julgamento que lhe concedeu indenização, Poleto sofreu perseguição no período de 7 de dezembro de 1984 a 14 de janeiro de 1985. No calendário do governo, 39 dias de perseguição viraram um ano. Mas que tipo de perseguição, afinal, teria sofrido Poleto? Ele argumentou que foi "obrigado" a pedir demissão do Banco do Brasil no fim de 1986, quando os generais já estavam de pijama havia mais de um ano, por ter liderado uma greve. Queria, por isso, receber uma pensão mensal vitalícia de 2 600 reais. A Comissão de Anistia entendeu que Poleto foi perseguido com base em um documento no qual é apontado como "concitador de movimento subversivo", mas negou-lhe o plano de aposentadoria. O relator do caso, cujo voto favorável à indenização foi acompanhado pelos de outros dois conselheiros, é Egmar Oliveira. Como Poleto, ele é ex-sindicalista. Como Poleto, ele é amigo do ex-caixa de campanha do PT Delúbio Soares. A indenização concedida ao economista com o dinheiro do contribuinte é de 13 950 reais - longe do que Poleto pretendia, mas suficiente para comprar ao menos 200 garrafas do seu uísque preferido.
Alexandre Oltramari

Muito além do MST

Isto é
Claudio Dantas Sequeira

A pouco menos de uma semana para o início dos trabalhos da CPI do Campo, os partidos de oposição estão finalizando a estratégia que pretendem colocar em prática para conseguir furar o bloqueio do governo. Criada na esteira da invasão de uma fazenda produtora de laranja no interior de São Paulo por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a comissão não vai se ater apenas aos repasses do governo à entidade liderada por João Paulo Stédile. Os líderes oposicionistas acreditam que conseguirão infligir mais estragos ao Planalto se ampliarem o escopo da investigação. Para tanto, elegeram uma lista de entidades, órgãos públicos e líderes sindicais que podem reforçar a munição de ataque.
Além do MST em si, os líderes do PSDB, do DEM e do PPS querem centralizar as atenções no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e na Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), uma federação de sindicatos rurais que afirma representar mais de 20 milhões de trabalhadores no País. A explicação para essa estratégia é simples. Boa parte dos recursos que chegam aos mais de oito mil assentamentos da reforma agrária no País passa pelo Incra. Ao todo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), ao qual o Incra está subordinado, fez repasses da ordem de R$ 1,36 bilhão a entidades sem fins lucrativos ao longo dos últimos seis anos. Não à toa, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, deve ser um dos primeiros a ser chamados para depor na CPI, esperam os líderes da oposição.
A Contag, por sua vez, foi uma das principais beneficiadas no repasse dos recursos do governo. De acordo com dados do MDA organizados pelos partidos de oposição, a confederação teria recebido mais de R$ 70 milhões do ministério no mesmo período. A oposição quer chamar o tesoureiro e expresidente da Contag, Manoel José dos Santos, filiado ao PT e à CUT, para questioná-lo sobre fraudes e irregularidades identificadas pelo TCU e o Ministério Público Federal (MPF)em convênios firmados entre o Incra e federações estaduais da própria Contag.
Só a Federação de Agricultura do Maranhão (Fetaema), ligada à Contag, recebeu R$ 26,4 milhões do Incra nos últimos cinco anos. Segundo o Ministério Público Federal do Maranhão, há irregularidades e inconsistências na prestação de contas em cerca de R$ 18 milhões. De acordo com o MPF, quase todo esse valor foi gasto apenas com despesas de pessoal. A Fetaema é dirigida pelo petista Francisco Sales, e o Incra local está nas mãos de Benedito Terceiro, afilhado político do senador Epitácio Cafeteira (PTB).

Exército ocupa fronteira em ação antitráfico

Folha de São Paulo
SERGIO TORRES

O Exército ocupa hoje a fronteira dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul com Bolívia e Paraguai na tentativa de impedir a entrada de drogas e armas para as facções criminosas que atuam no Sudeste, especialmente no Rio.
Desde 2005, o Exército já realizou quatro ações do tipo, sem sucesso. As quadrilhas continuam a trazer dos países vizinhos armas como metralhadoras, fuzis e pistolas, além de maconha e cocaína, para as facções CV (Comando Vermelho), TC (Terceiro Comando) e ADA (Amigo dos Amigos), no Rio, e PCC (Primeiro Comando da Capital), em São Paulo.
Desta vez, o planejamento prevê a destruição com retroescavadeiras e até dinamite de trilhas que ligam o território boliviano a Corumbá (MS). É por ali, diz a polícia do Rio, que ingressa no Brasil parte das armas usadas por traficantes.
Na Bolívia, o foco do tráfico de armas é a região de Puerto Suárez, a 11 km do marco da fronteira seca em Corumbá. De lá alcança-se o Brasil com facilidade, por via terrestre e fluvial. O policiamento no lado da Bolívia inexiste. No Brasil, é precário. Em Corumbá, os efetivos da PF (Polícia Federal), com 40 policiais, e da Polícia Civil, com 50, são considerados insuficientes pelos próprios delegados que os comandam.
Em área, Corumbá é o maior município sul-matogrossense. São 65.165,8 km2, dois terços desabitados por causa da extensão do Pantanal.
Da operação deflagrada hoje pelo Exército com o nome de Cadeado, participam PF, Polícia Rodoviária Federal, Receita, polícias Civil e Militar dos dois Estados, Marinha e Ibama.
Na região de Corumbá, o Exército vai atuar com 450 homens, com o apoio de lanchas, para o bloqueio do rio Paraguai e afluentes, ao longo de cerca de 400 km de fronteiras.
Ao todo, cerca de 1.600 km de fronteiras serão vigiados em MT e MS. Haverá barreiras simultâneas nas estradas e acessos entre os países. A operação deve durar até a próxima sexta.
A PF, a Polícia Civil e o Exército mantiveram entendimentos prévios sobre a operação com a Polícia Boliviana, em Puerto Suárez. A intenção era a de que os bolivianos fizessem uma fiscalização mais efetiva ao longo desta semana, o que, até ontem, não estava definido.
O quartel da Polícia Boliviana na cidade é desprovido de equipamentos. Não há sequer um telefone capacitado para ligações internacionais. O único número disponível é o 110, para chamadas de cidadãos na Bolívia que precisem de ajuda.
Para manter-se em contato com o comando de Fronteira Policial da Polícia Boliviana em Puerto Suárez, os policiais brasileiros cederam um celular ao coronel Osvaldo Peláez Ramos. Também não há computadores ligados à internet no quartel.
A 100 m da sede municipal da Polícia Boliviana há um cais de madeira de onde zarpam embarcações que seguem para o Brasil, pela laguna Cáceres e pelo canal Tamengo, até chegar ao rio Paraguai. Não há nenhuma vigilância ou fiscalização sobre o que elas carregam

Tiros em helicóptero agravam conflito no Pará

JB On Line
Vasconcelo Quadros

A onda de invasões desencadeadas por grupos de sem-terra, entre eles o MST, nas fazendas do grupo Agro Santa Bárbara, braço rural do Grupo Opportunitty, do banqueiro Daniel Dantas, recrudesceu a luta pela terra no Sul do Pará e criou um clima de instabilidade na região. Na tarde de domingo, um helicóptero do grupo teria sido alvo de disparos quando sobrevoava uma área de retiro de gado da Santa Bárbara com uma equipe de reportagem da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Os jornalistas filmavam as ações dos sem-terra a pedido da presidente da entidade, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), principal responsável pela criação da CPMI do MST, ainda não instalada no Congresso.
– Escutamos quatro ou cinco estampidos de tiros de revólver e o piloto subiu para sair do alcance – conta Oscar Boller, gerente da Fazenda Espírito Santo, em Xinguara, que também pertence ao grupo e foi invadida nos últimos dias. A câmera de vídeo registrou, em áudio, o barulho dos disparos e as imagens de sem-terra armados ateando fogo em pastagens e instalações.
Ao contrário do que havia sido informado pela assessoria da Santa Bárbara durante o dia de ontem, os responsáveis pelos supostos tiros, segundo Boller, não pertencem ao MST, mas a outros movimentos que também invadem terras na região, entre eles a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf). O objetivo da CNA é divulgar as imagens de destruição nas sedes das fazendas no Sul e Sudeste do Pará, para chocar a população e criar clima para instalar a CPI do MST.
Na semana passada, o mesmo avião monomotor Sêneca que pertence ao grupo rural de Daniel Dantas e foi usado para registrar as imagens de destruição promovida pelo MST na Fazenda Maria Bonita, caiu logo depois de decolar da sede da Fazenda Santa Bárbara. Ferido, o piloto ainda está internado em Redenção, mas não há indícios de que o acidente possa ter sido provocado pelos sem-terra. A assessoria do MST diz que as suspeitas que vêm sendo alimentadas pela CNA e pelo grupo do banqueiro Daniel Dantas têm a finalidade de criminalizar o movimento para forçar a instalação da CPI.
As atividades rurais de Dantas entraram na linha de fogo entre CNA e MST. Desde que o banqueiro foi preso pela Polícia Federal na Operação Satiagraha, em julho do ano passado, os sem-terra já invadiram e dominam quatro fazendas do grupo no Sul do Pará. Os administradores estimam que cerca de 600 cabeças de gado já foram abatidas para para alimentar os invasores.
– Os prejuízos passam de R$ 12 milhões. Mais grave que invadir é a destruição dos ativos – diz um dos diretores da Santa Bárbara, Rodrigo Otávio de Paula.
Segundo ele, o MST se apossou de quatro retiros de gado, queimou três pontes para evitar que a polícia entre e domina uma área onde são mantidas cerca de 25 mil cabeças de vacas de reprodução de raça. Nesses retiros, segundo o diretor, nascem diariamente 200 bezerros, mas os funcionários do grupo não conseguem tratar os animais. Os sem-terra têm feito churrasco até com bois de raça, usados para melhoramento genético do rebanho.
Os conflitos no Sul e Sudeste do Pará serão transferidos amanhã para o plenário do Tribunal de Justiça do Estado, em Belém, que vai julgar um pedido de intervenção federal apresentado por produtores rurais. Eles acusam a governadora Ana Júlia Carepa (PT) de fazer o jogo do MST, impedindo o cumprimento dos mandados de reintegração de posse expedidos pela justiça.
– Ela é absolutamente omissa. A polícia tem ordem da governadora para não cumprir os mandados.
Atualmente existem mais de mil propriedades invadidas, 111 liminares de reintegração de posse não cumpridas e mais de 300 processos em andamento – afirma Rodrigo Otávio de Paula.
A governadora determinou ontem a desobstrução de todas as estradas bloqueadas pelo MST na região, entre elas o trecho da BR 150, em Eldorado dos Carajás, onde 19 sem-terra foram mortos em abril de 1996. A Polícia Civil também pediu, ontem a tarde, a prisão preventiva do principal líder do MST na região, Charles Trocate, e passou a procurar, para ouvir em depoimento, os demais dirigentes que se envolveram, no último dia 5, com a destruição de várias casas da Fazenda Maria Bonita, em Eldorado dos Carajás. Uma força-tarefa das polícias civil e militar se instalou em Redenção e Marabá para tentar evitar que a onda de inavasões descambe em violência generalizada.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Criticado o uso das Forças Armadas com poder de polícia

Site Vermelho a esquerda informada

A ideia de que as Forças Armadas também tenham atribuições policiais, conforme previsto no projeto de lei que altera a Lei Complementar nº 97 (de 9/6/1999), tem resistência entre setores ligados aos Direitos Humanos e entre cientistas sociais que pesquisam violência e segurança pública.
A intenção do Ministério da Defesa foi noticiada em agosto pela Agência Brasil, quando o ministro Nélson Jobim falou ao programa 3 a 1 da TV Brasil. O tema voltou ao debate público nas últimas semanas com episódios violentos ocorridos no Rio de Janeiro.A proposta encaminhada em 23 de setembro à Presidência da República por Jobim e pelo secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, estabelece que Exército, Marinha e Aeronáutica poderão fazer “ações de: patrulhamento; revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e prisões em flagrante delito”. Após receber o crivo da Casa Civil da Presidência da República, a proposta segue para o Congresso Nacional. Para o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Pedro Wilson (PT-GO), a ação das Forças Armadas deve se restringir a cuidar da soberania nacional e, internamente, ao apoio estratégico e logístico das polícias civis, militares e à Polícia Federal. “Não devem atuar diretamente nas questões de segurança interna”, disse.O cientista político Jorge Zaverucha, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nota que por trás da mudança de atribuições das Forças Armadas esconde-se o propósito uma situação jurídica para que homens do Exército não venham a ser julgados fora da Justiça Militar, como ocorreu após operações da força em favelas do Rio de Janeiro há cerca de 15 anos. “Estão dourando pílula. O motivo original é o Rio de Janeiro. O objetivo disso é fazer com que os efetivos das Forças Armadas não sejam julgados na Justiça comum”, assinalou o cientista político. “Isso é algo perigoso porque o Exército não quer ser controlado pelo poder civil.”A suspeita de Zaverucha é compartilhada com o antropólogo Roberto Kant, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ele diz que que as Forças Armadas não existem para fazer segurança pública, mas para combater um eventual inimigo externo. “As Forças Armadas têm competência para combater e matar o inimigo, não os transgressores da lei", afirma Kant. "O trabalho da polícia é diferente, não implica na destruição do inimigo, mas uma mediação de conflito entre o cidadão e o transgressor. As Forças Armadas têm como padrão a morte.”Para Kant, se os militares tiverem poder de polícia, isso pode aumentar as dificuldades do sistema de segurança pública e criminal em coordenar ações integradas. “Esse sistema não é um sistema, mas um conjunto de segmentos autônomos entre si, independentes, e flacidamente vinculados uns aos outros”, avalia, lembrando que no Brasil a polícia atua de forma autônoma e separada do Judiciário e do sistema penitenciário.Gilberto Costa,Da Agência Brasil

Rumo à 6ª Marcha da Classe Trabalhadora. Em defesa do pré-sal, da soberania, do desenvolvimento e da liberdade sindical

Site da CUT
Escrito por Luiz Carvalho

Eixo fundamental entre os seis definidos pelas centrais sindicais para a 6.ª Marcha da Classe Trabalhadora, a definição de um novo marco regulatório para o pré-sal, que prevê a garantia do controle estatal e social do petróleo e seus derivados em todo o território nacional, é também uma estratégia de defesa da independência nacional.
O PL (Projeto de Lei) 5891/2009, construído pela CUT, pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) e pelos movimentos sociais exige o fim das rodadas de licitações e a retomada dos blocos petrolíferos que já foram leiloados. Trata também do monopólio estatal na exploração do petróleo bruto, por meio da Petrobrás.
"A aprovação de um novo marco regulatório para o pré-sal significa a recuperação daquilo que nos foi tirado no período do governo Fernando Henrique Cardoso, em 1997. O petróleo é uma riqueza estratégica e deve estar a serviço da construção de uma nação soberana", aponta Júlio Turra, diretor executivo da Central Única dos Trabalhadores.
Controle socialO projeto prevê ainda a criação de um Fundo Social para garantir que os recursos gerados pelo petróleo sejam investidos em políticas públicas voltadas à educação, ao meio-ambiente, à ciência e tecnologia, à cultura e ao combate à pobreza.
A Central reivindica que outras duas áreas também sejam contempladas com a destinação de verbas: reforma agrária e seguridade social.
A existência de controle social sobre o fundo é uma das reivindicações da Central Única dos Trabalhadores, conforme conforme destaca José Lopez Feijóo, vice-presidente da CUT. "A destinação das riquezas do fundo já deve estar definida em sua formação, mas a Central defende que exista um conselho com a presença de representantes dos trabalhadores, como já há em outros conselhos nacionais. Essa medida é parte do processo de democratização de nosso país, porque faz com que o Estado divida com a sociedade as decisões sobre um tema crucial para o futuro do nosso país".
Concessão para partilhaFeijóo ressalta que a mudança na forma de exploração do petróleo é outra vitória dos movimentos sociais. "A alteração do regime de concessão para o de partilha representa uma mudança radical porque parte do petróleo continua sendo do povo brasileiro, ao contrário do modelo de concessão, adotado por Fernando Henrique Cardoso, em que toda nossa riqueza passava a pertencer à empresa que havia vencido a concorrência o venderia, lucraria e exploraria como quisesse", explica.
Para o dirigente, a decisão da Petrobrás ser a exploradora única do recurso natural representa outra grande avanço. "Temos uma empresa nacional que deterá todo o conhecimento sobre os campos, dará início à exploração, deterá o controle logístico e de informação. Iremos ainda controlar o ritmo de exploração, para que nossas reservas não se esgotem e tenhamos que pagar a peso de ouro algo que temos em abundância".
Interdito - Feijóo comentou ainda a manifestação que a Central promoverá na quarta-feira, diante da sede do STF (Supremo Tribunal Federal) contra o interdito proibitório, uma medida que as empresas utilizam para coibir a livre manifestação dos trabalhadores.
"Recentemente, nosso presidente, Artur Henrique, esteve na OIT (Organização Internacional do Trabalho) para denunciar o Ministério Público e o Judiciário por ataques anti-sindicais, principalmente, o interdito proibitório, uma medida judicial que fere o direito constitucional de greve", criticou.
De acordo com o dirigente, a CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) ingressou com uma representação no STF contra o interdito. "Estamos solicitando uma audiência com o ministro Carlos Ayres Brito para protestar contra essa ingerência indevida e reivindicar que um parecer seja votado rapidamente pelo Supremo".
Empregos - A expectativa é que os US$ 174,7 bilhões de dólares, que a Petrobrás investirá até 2013, gerem mais de 1 milhão de empregos com carteira assinada. Outras 777 mil vagas devem ser criadas no mercado com a elevação de renda e do poder de consumo dos novos empregados.6ª Marcha da Classe TrabalhadoraDia 11 de novembro, em BrasíliaInício da caminhada às 9 horasConcentração no Estádio Mané GarrinchaEixos da 6ª Marcha:- redução da jornada de trabalho sem redução de salário; - votação do PL 01/07 que efetiva a política de valorização do salário mínimo; - novo marco regulatório para o pré-sal, que prevê a garantia do controle estatal e social do petróleo e seus derivados em todo o território nacional e que reafirma nossa soberania; - atualização dos índices de produtividade da terra e aprovação da PEC 438/01 contra o trabalho escravo; - ratificação das Convenções 151 (sobre a garantia de negociação coletiva no serviço público) e 158 (que coíbe a demissão imotivada) da OIT; - aprovação do PL 1621/07 - proposta da CUT encaminhada à Câmara pelo deputado Vicentinho (PT-SP), sobre a regulamentação da terceirização e combate à precarização nas relações de trabalho.

Polícia Militar apreende 3 toneladas de maconha

EPTV

A Polícia Militar apreendeu duranten uma ronda três toneladas de maconha na tarde desse domingo (8), no Parque Universitário, em Campinas. De acordo com os policiais, a droga estava escondida em um caminhão que transportava sacos de aveia. Os policiais desconfiaram e abordaram dois homens, que tentaram fugir, mas foram presos.
A droga foi levada para delegacia de entorpencentes onde ficará armazenada até que a justiça decida pela incineração. A polícia agora tenta identificar outros membros da quadrilha e para onde a maconha apreendida seria levada.

Modernização da polícia terá 320 milhões

O Estadão

A Polícia Federal receberá nos próximos cinco anos 320 milhões para executar um projeto de modernização de seus equipamentos. Uma das metas principais é preparar a corporação para os dois grandes eventos esportivos de 2014 (Copa do Mundo) e 2016 (Jogos Olímpicos).
O dinheiro será repassado em forma de empréstimo concedido por instituições financeiras da França e da Alemanha, com o aval de seus governos. O contrato impõe pequena margem de exclusividade para aquisição de instrumentos, mas não obrigatoriedade de comprar produtos franceses e alemães.
"É um bom acordo", avalia o delegado Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da PF. "O aporte nos garantirá a renovação de equipamentos. No ritmo que ia, o investimento feito há 10 anos começaria a sucatear. Esse novo empréstimo mantém a atualização tecnológica."
O contrato foi firmado originalmente há oito anos, quando a PF instalou o Promotec, Programa de Modernização Tecnológica. A proposta passou pelo Ministério do Planejamento e segue para o Senado.

Chávez pede que povo se prepare 'para a guerra'

O Globo

CARACAS. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou ontem que os líderes militares e a população civil devem estar preparados para um possível enfrentamento armado com a Colômbia e disse que os soldados devem ficar atentos se os Estados Unidos estão tentando provocar uma guerra entre os dois vizinhos.
- A melhor forma de se evitar a guerra é se preparar para ela - disse Chávez durante seu programa semanal de rádio e televisão, "Alô Presidente".
Segundo Chávez, o presidente dos EUA, Barack Obama, está influenciando o governo colombiano. Ele advertiu Obama para que evite utilizar seus aliados em Bogotá para criar uma ofensiva militar contra a Venezuela:
- Não cometa este erro.
Enfrentando uma crise econômica, de abastecimento energético e de segurança em seu país, Chávez está preocupado com o acordo firmado no final de outubro entre Bogotá e Washington que dá às Forças Armadas americanas acesso a sete bases colombianas.
A crise diplomática entre Colômbia e Venezuela se aprofundou nas duas últimas semanas, quando dois militares venezuelanos foram assassinados no Estado fronteiriço de Táchira por supostos paramilitares. Depois do incidente, a Venezuela enviou 15 mil soldados para reforçar a guarda nas fronteiras com a Colômbia e o Brasil. O governo colombiano reagiu às declarações de Chávez, afirmando que recorrerá às Nações Unidas e à Organização dos Estados Americanos (OEA).